A revista playboy mexicana publicou em sua edição de dezembro um ensaio fotográfico com a modelo argentina Maria Florencio Onori, intitulada "te adoramos Maria". Todo o ensaio não seria nada além daquilo que normalmente faz esta revista, se a moça não aparecesse com um manto branco induzindo uma associação à virgem Maria [além de um fundo lembrando um vitral de igreja].
Em nada tenho contra a moça, muito bela por sinal, mas acredito que determinadas coisas na vida possuem limites. Creio que em vários momentos da história, determinadas manifestações iconoclastas foram extremamente importantes para um repensar sobre determinadas heteronomias e tradições por demasiado arraigadas e opressoras. No entanto, me irrita uma exploração tipicamente polêmica pelo simples fato de se ganhar dinheiro em torno do "auê" [do sensacionalismo barato]. Por mais singela que seja a beleza da Maria Onori, não deveriam ter mexido assim com algo sagrado para milhões e milhões de fiéis. Me surpreende inclusive a ousadia da revista em fazer isso em um país no qual a 88% da população é católica.
O sagrado é importantíssimo para a nossa própria estrutura psíquica frente ao mundo. A banalização do sagrado é das coisas mais terríveis. É neste momento que entramos no "tudo é possível", "com tudo se brinca", "nada se sustenta", "vamos festejar"! Ao banalizarmos o sagrado, banalizamos a nós mesmos e vamos assim progressivamente perdendo o respeito, a integridade e o sentimento de que existem coisas nas quais "não devemos tocar".
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Maria e a revista Playboy
Posted on terça-feira, dezembro 16, 2008 by Flávio Souza | No comments
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