sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Os Critérios do Constrangimento e da Diferença e seus análogos fora da Pesquisa Histórica do Novo Testamento: Parte 2

No post anterior, analisamos as bases historiográficas dos critérios da diferença com a igreja primitiva (CDC) e do constrangimento (ou embaraçamento) utilizados na pesquisa do Jesus Histórico, e a aplicação de princípio analogo na análise das narrativas da República Romana no século V AC. Neste post vamos estudar outro exemplo de como historiadores utilizam esses princípios, agora para as as narrativas de Tito Lívio, de duas importantes figuras da historia romana, Marcus Manlius Capitulinos e Marcus Furius Camillus, que viveram na primeira metade do sec. IV AC.

Exemplo 2: O Saque de Roma e História de Dois Heróis

Após um século de muitas dificuldades, parecia que a sorte de Roma havia mudado para muito melhor. Segundo Lívio, por volta de 396 AC, os romanos, sob o comando de Marcus Furius Camillus, capturaram a cidade de Veii, uma de suas arqui-rivais e mais poderosas inimigas. Pouco tempo depois, apos vencer os Falerii últimos aliados dos Veii, e Roma se torna a potência mais importante do Centro da Itália.

Nesse momento, ocorre a catástrofe. Por volta de 390 AC (ou 387 AC), uma horda celta, da tribo dos senones, partindo do Vale do Rio Pó, invadiram o centro da Itália, e eventualmente entraram em conflito com os Romanos. Segundo Tito Lívio, os dois exércitos se enfrentaram na Batalha de Allia, e os romanos sofreram uma maiores derrotas de sua história, resultando na invasão e saque da própria Roma, com excessão do coração fortificado da cidade, situado na Colina Capitolina, o Capitólio, para onde também parte do exército e a aristocracia se refugiaram. Muitos habitantes fugiram, buscando abrigo na cidade aliada de Caere. Ainda segundo a tradição, os gauleses devastaram a cidade e mantiveram o cerco do Capitólio durante sete meses, e eventualmente entraram em negociações com os romanos, que, em desespero, concordaram em pagar cerca de meia tonelada de ouro para que os invasores fossem embora.

Ainda que a evidência arqueológica relativa ao saque seja, no mínimo, muito problemática [1][2][3], e as primeiras menções ao evento datem de várias décadas após o fato, e tenham sido conservadas apenas por breves citações em autores posteriores, e as fontes escritas existentes como estejam distanciadas do fato em alguns séculos (como nossa principal fonte, Tito Lívio, que escreveu por volta de 30 AC), não há dúvidas sobre a historicidade do evento [4]. A memória do saque permaneceu viva entre os romanos por séculos, tendo sido sua mais humilhante derrota junto com Canas (216 AC) e Adrianópolis (378 DC). Somente 800 anos depois, em 410 DC, os romanos teriam o desprazer de verem sua amada cidade saqueada novamente, agora pelos Godos.

A esta altura, devemos mencionar dois heróis que tiveram participação proeminente antes, durante e depois da tragédia, e como também aqui princípios análogos dos critérios do constrangimento e dissimilaridade tem ajudado os historiadores.

a) Marcus Manlius Capitolinus

A tradição nos conta que no momento mais dramático da história de Roma -, a cidade ocupada, saqueada e devastada pelos gauleses, e os sobreviventes refugiados entre as cidades aliadas, ou encurralados no Capitólio - numa certa noite, os invasores tentaram subjugar esse último foco de resistência, escalando a Colina Capitolina, e quase atingiram seu objetivo. Os romanos foram salvos pelos gansos sagrados do Templo de Juno - que começaram a grasnar e alertaram os defensores - e pela valentia de Marcus Manlius que repeliu os invasores naquela e em todas as vezes que tentaram por os pés na citadela. Marcus Manlius "Capitolinus" foi aclamado pelo povo e pela tropa como um dos maiores heróis de Roma.

O tempo passou, e finda a invasão, os romanos rapidamente se recuperaram. Contudo, muitos se endividaram e se empobreceram, criando um grave problema social. Segundo Lívio, certa vez Marcus Manlius encontrou no fórum um centurião e bravo soldado que, incapaz de pagar suas dívidas, estava sendo vendido como escravo. Capitolinus se enfureceu com a cena, fez um belo discurso e pagou a dívida do veterano guerreiro. Um gesto nobre, sem dúvida. Contudo, o fim de M. Manlius não foi feliz. Em 385 AC, cada vez mais popular entre os plebeus, Capitolinus liderou uma sedição, foi preso sob a acusação de tentar se tornar Rei. Lívio nos diz que quando ele foi levado a diante da Assembléia, o povo viu o Capitólio, e lembrou dos atos heroicos de Manlius, e não conseguiram condena-lo. Os tribunos, inconformados, reuniram novamente o Assémbleia, de um lugar em que o Capitólio não pudesse ser visto, e dessa vez Marcus Manlius foi condenado e jogado da Rocha Tarpéia, no mesmo Monte Capitólino que Marcus Manlius um dia defendera. Sua família, os Manlii, ficaram tão envergonhados com o morte desonrosa de seu ilustre parente, que juraram entre si que nunca mas nenhum deles usaria o nome Marcus (Livio, 6.20.14).

A história de M. Manlius é vista com desconfiança entre os historiadores. Além do relato de Lívio ter sido escrito séculos após os acontecimentos, o Professor Gary Forsythe, do Departamento de História da Texas Tech University, observa que a narrativa de Lívio é literariamente muito influenciada pelas tensões existentes em Roma no final do período Repúblicano, particularmente da Conspiração de Catilina (cerca de 60 AC), e portanto pouco confíavel. Contudo, com um raciocínio análogo ao do critério do constrangimento, o Professor Forsythe afirma que alguns fatos básicos ainda podem ser estabelecidos.

"Nevertheless, despite these fictitious accreations from the political climate of the late republic, one single fact seems to demonstrate beyond reasonable doubt that some kind of major disturbance caused by M Manlius did in fact take place. Following his execution the Manlian clan agreed among themselves that henceforth no Manlius would bear the name Marcus, since the most recent bearer of this praenom had proven to be inauspicius and even dangerous to the state (Livy 6.20.14). Indeed the subsequent history of the patrician Manlii contains no one named Marcus. [5]

(tradução) "No entanto, apesar destas incrustações de material fictício resultantes do clima político da República Tardia, um único fato parece demonstrar além de qualquer dúvida razoável que algun tipo de grave tumulto causado por M Manlius, aconteceu de fato. Depois de sua execução o clã Manli firmou um compromisso entre si que, doravante, nenhum Manlius seria chamado Marcus, uma vez que o portador mais recente do nome tinha provado ser inauspicioso e até mesmo perigoso para o estado (Tito Lívio 6.20.14). Na verdade na história subsequente do clã patrício Manlii não há ninguém chamado Marcus.

Ou seja, ainda que Capitolinus tenha sido um herói, e extremamente popular, o constrangimento causado por sua morte vergonhosa faz com que nenhum de seus descendentes usasse esse nome. O fato que os Manlii (e os outros romanos) tenham ficado embaraçados com esse fato é forte evidencia que não foi inventado. Que realmente Marcus Manlius, o herói do Capitólio, foi executado como conspirador. O Professor Timothy J Cornell, da Universidade de Manchester concorda com o raciocínio de Forsythe, e usa o episódio constrangedor como prova da historicidade de Marcus Manlius (já que não há evidência contemporânea ou semi contemporânea de sua existência).

"This romance was spun out of a very few authentic facts. But we can be sure that some kind of upheaval did take place, and that Manlius was a historical person. This is borne out by centain incidental details, for example the story that after his death the manlii decreed that in future no member of the clan should ever again be called Marcus (a rule that was rigid observed, as far we know). "[6]

(tradução) Este romance foi tecido a partir de muito poucos fatos autênticos. Mas podemos ter certeza de que algum tipo de revolta realmente aconteceu e que Manlius realmente existiu. Esta conclusão é corroborada por alguns detalhes incidentais, como por exemplo a história que, depois de sua morte, os Manlii firmaram entre si um compromisso de que, no futuro, nenhum membro do clã seria chamado Marcus (uma regra que foi rígidamente observada, até onde sabemos).

b) Marcus Furius Camillus

Marcus Furius Camillus foi um dos mais celebrados líderes da República Romana. A tradição nos conta que ele, eleito ditador, derrotou e capturou a cidade de Veii, a qual já nos referimos, aumentando o território de Roma em 70 %, e expandindo muito seus recursos.

Contudo, o grande feito de Camilo foi sua participação na resistência contra os gauleses. Segundo a tradição, após ter sido acusado de apropriar mais do que era devido dos espólios na conquista de Falerii, Camillus, magoado, se auto exilou na cidade de Ardea. Pouco depois, lhe chegou a notícia da catastrófica derrota romana em Allia. Camillus reuniu tropas fugitivas e buscou a ajuda de aliados, enviou mensageiros aos senadores sitiados (que o nomearam , novamente, ditador) e, enquanto os gauleses cercavam o Capitolio, organizou um novo exército para Roma.

Continuando, Camillus empreendeu sua marcha para Roma, e encontrou os gauleses em negociação pelo resgate da cidade. Breno, o líder dos gauleses, estava acampado a sete meses na cidade, e enfrentava problemas com comida e doenças. Conseguiu contudo um vultoso resgate, cerca de meia tonelada de ouro. Quando os romanos trouxeram o ouro, perceberam que os pesos estavam adulterados. Quando reclamaram, Breno aproveitou a oportunidade para lhes impor mais uma humilhação. Colocou sua espada sobre os pesos, e disse "Vai, victes" (Ai dos vencidos). Segundo Livio, Camillus chegou nessa hora. E fez os gauleses pagar por sua arrogância.

Foi aclamado como herói. O segundo Rômulo. A tradição exalta a capacidade e o brilhantismo de Camillus. Ele é lembrado como o grande líder que salvou Roma, e conduziu sua reconstrução. Serviu como tribuno militar com poderes consulares cinco vezes, e ditador outras cinco vezes, venceu importantes batalhas, e mediou as tensões entre patrícios e plebeus, conseguindo apoio político para a aprovação da importantíssima Lei Licinia Sexta, entre outras realizações. Nossas fontes apresentam Camillus como a figura dominante na história romana após o saque gaulês.

No entanto, "os historiadores modernos não deixaram esta edificante estória intocada" [7], observando os varios problemas da tradição, em que o "infatigavel Camillus surge aqui, lá, e em todo lugar", e em que "muitos incidentes são obviamente duplicados e alguns, simplesmente inventados, em face do orgulho familiar ou nacional" [8]; e chamando os feitos de Camillus (e de M. Manlius Capitolinus) relacionados ao Saque Galico de "ficção histórica"[9]. No entanto, reconhecem que há um núcleo histórico na narrativa, que Camillus existiu e foi uma figura muito importante no período [7], que "com essas advertências em mente, o relato tradicional pode ser seguido" [8], e que a narrativa de Lívio "contém uma complexa mistura de fatos básicos e sólidos, embelezados e elaborados" [9].

Também aqui, o constrangimento e diferença na tradição nos ajudam a reconhecer esses fatos brutos ou básicos. Jona Lendering, que foi professor de Teoria da História e Historia Antiga na Universidade Livre de Amsterdã, faz as seguintes observações

According Livy, Sextius and Licinius remained in office for ten years, and they even forbade the election of magistrates for five years. Livy also states that Camillus was made dictator in 368. The official reason was the war against Velitrae in the south, but it was (still according to Livy) clear to anyone that he was in fact chosen by the patricians to put an end to the demands of the two tribunes. Almost immediately, he was forced to resign. Livy is unable to explain why - and this strongly suggests that the story is true. If someone had invented Camillus' dictatorship, he would not have invented his lack of success; and if the dictatorship was fictious, the inventor would have invented a motive why it was unsuccessful. [10]

(tradução) Segundo Tito Lívio, Sextius e Licínio permaneceram no cargo por dez anos, e eles ainda proibiram a eleição de magistrados por cinco anos. Lívio afirma ainda que Camillus foi eleito ditador em 368. O motivo oficial foi a guerra contra o Velitrae no sul, mas era (ainda de acordo com Livio) evidente para todos que ele foi, na verdade, escolhido pelos patrícios para pôr fim às demandas dos dois tribunos. Quase imediatamente, ele foi forçado a demitir-se. Tito Lívio é incapaz de explicar porque - e isto sugere fortemente que a história é verdadeira. Se alguém tivesse inventado a ditadura de Camilus, não teria inventado a sua falta de sucesso e, se a ditadura era fictício, o inventor teria inventado um motivo pelo qual não foi bem sucedida.

Temos aqui um caso de utilização de um análogo do critério do constrangimento ou resistência a tendência redacional. A tradição exalta Camillus e seus feitos, e o posiciona como elemento decisivo para a resolução das principais crises do periodo, políticas e militares. Assim, observa o Professor Lendering, se a mesma tradição afirma que ele foi escolhido para um cargo em que tinha plenos poderes (ditador), e não foi bem sucedido, e não apresenta uma razão, temos um fato que resiste (fortemente) a tendência e aos interesses da fonte, e que portanto não deve ter sido inventado, sugerindo fortemente que Camilo realmente foi eleito ditador em 368 DC, e pouco depois renunciou ao cargo.

Na República Romana, em situações de grave crise ou iminente perigo para o estado, um ditador poderia ser eleito. Era um magistrado com poderes amplos e excepcionais, com ascendência sobre os consules, o senado e demais oficiais. Para que não fosse tentado a se perpertuar no poder e/ou tornar-se um tirano, seu mandato era limitado a seis meses, devendo prestar contas de seus atos quando deixasse o poder. Um exemplo de ditador escolhido para um momento de grave crise é o de Quintus Fabius Maximus Verrucosus Cunctator, eleito em 216 AC após a catastrófica derrota de Canas, contra os cartagineses (liderados por Anibal Barca). Desta forma, se aceitarmos como fato que Camillus foi eleito ditador em 368 AC, por um critério de coerência, podemos concluir, como fato provavel, que ele era influente e considerado pelos seus contemporâneos como suficientemente experiente, confiável e capaz para exercer a função, tanto do ponto de vista político como militar.

Um outro episódio em que os historiadores da Roma antiga tem utilizado uma linha de raciocício similar ao do critério do constangimento, é o papel de Camillus na expulsão dos gauleses e na libertação da cidade. Howard H. Scullard, que foi professor de Historia Antiga da Universidade de Londres, observa o seguinte:

"After a siege of seven months the defenders were forced by famine to offer the gauls a thousand pounds of gold to withdraw. But even as the gold was being weighed Camillus and his men appeared and drove the gauls out of the city. This last incident is plinly designed to retrieve Roman honour. The story of Camillus' exile was perhaps invented to save the conqueror of Veii from blame for the catastrophe and in order that he might be able to rally the survivors outside Rome; [11]

(tradução) "Depois de um cerco de sete meses, os defensores foram forçados pela fome para oferecer os gauleses mil quilos de ouro para que eles se retirassem. Mas no momento que o ouro era pesado, Camillus e os seus homens apareceram e expulsaram os gauleses para fora da cidade. Este último incidente é claramente elaborado para recuperar a honra romana. A história do exílio de Camilo foi possivelmente inventada para salvar o conquistador de Veii da culpa para a catástrofe e para que ele pudesse ser capaz de reunir os sobreviventes fora de Roma;

O Professor Gary Forsythe faz considerações semelhantes:
"In order to dissociate Rome's great hero from the disaster at the Allia and Gauls' seizure of Rome, the ancient tradition conveniently removed him from the political scene by reporting him driven into the exile in the year before the Gallic catastrophe because of a dispute with the foolish and ungrateful Roman people over the issue of the booty taken from Veii (Livy 5-32.7-9). He could then be described as having been formally recalled from exile and appoited dictator in Rome's great hour of need (Livy 5.46.4-11), and in the Livian narrative he is depicted as arriving in Rome at the head of an army just as the ransom of a thousand pounds of gold has been weighed out (Livy 5.48.8-49.5). Thus, like the U.S Cavalry in a melodramatic Hollywood movie, Camillus comes just in time to rescue Roman from their greatest humilation by defeating the Gauls on the spot and taking back the ransom"

(tradução) "A fim de dissociar o grande herói de Roma do desastre de Allia e do saque gaulês de Roma, a antiga tradição convenientemente o remove da cena política, reportando como ele se dirigiu para o exílio no ano anterior a catástrofe gaulesa por causa de uma disputa com o tolo e ingrato povo romano sobre a questão do espólio retirado de Veii (Tito Lívio 5-32.7-9). Ele pode assim ser descrito como tendo sido formalmente lembrado de seu exílio e nomeado ditador no momento de maior necessidade de Roma (Tito Lívio 5.46.4 -11), e na narrativa Liviana ele é descrito como chegando em Roma, na frente de um exército no momento em que o resgate de mil libras de ouro estava sendo pesado (Tito Lívio 5.48.8-49.5). Assim, como Cavalaria Americana em um filme melodramático de Hollywood, Camillus chega no momento exato para salvar os romanos de sua maior humilação, derrotando os gauleses ali mesmo e tomando de volta o resgate "


Aqui a humilhação e o constrangimento decorrentes da catastrófica derrota para os gauleses, faz com que a tradição i) retire convenientemente o grande herói Camillus da Batalha de Allia e captura de Roma pelo inimigo ii) Ao invés dos gauleses terem se retirado por estarem enfrentando as limitações típicas de um cerco prolongado, sofrendo doença e limitação de suprimentos, e a custa de um vultoso resgate, são enxotados de Roma por Camillus e seu exército, que resgata a cidade com "ferro e não com ouro".


Referências Bibliográficas

[1] Timothy J. Cornell (1989) Rome and Latium to 390 BC in Frank W. Walbank... fl. 308
[2] Jona Lendering, Marcus Furius Camillus, Parte 3, http://www.livius.org/fo-fz/furius/camillus3.html#Gauls, acessado em 10.09.2010
[3] John Rich (2007), Warfare and the Army in Early Rome in Paul Erdkamps "A Companion to Roman Army", fl. 14
[4] Timothy J. Cornell (1989) Rome and Latium to 390 BC in Frank W. Walbank... fls. 302-303, e J. H.C. Willians (2001) Beyond the Rubicon: Romans and Gauls in Republican Italy, fls. 142-146. As fontes são Tito Lívio, Ab Urbi Condita Livro 5:34-48, Dionisio de Halicarnaso, Antiguidades Romanas 13:6-12, e Diodoro da Sicília, Biblioteca Histórica, 14:113-117, que escreveram na segunda metade do I século AC; e Plutarco, Vidas Paralelas, Camilus 15-30 , escrita no final do século I AD. Existe ainda um relato sucinto em Políbio (meados do século II AC), Historias 2:18. [adicionado em 29.06.2011] Essas fontes fazem referências, ou utilizaram histórias mais antigas, escritas por autores gregos e latinos cujas obras se perderam. Entre os autores latinos, o saque gaulês é descrito já na primeira história de Roma, composta por Fabio Pictor, por volta de 2o0 AC. Os gregos já escreviam sobre Roma mais de um seculo antes de Pictor, e o primeiro acontecimento a ser mencionado foi justamente o Saque Gaulês de 390 AC, em breves citações de Teopompo de Quios, Heraclides do Ponto e Aristoteles, todas datadas de cerca de meio século depois do fato, a primeira preservada por Plinio, o Velho (Historia Natural Livro 3: capítulo 9), e as outras duas em Plutarco (Vidas Paralelas, Camilus 22), que escreveram por volta de 80 DC. (Plutarco relata, com certa perplexidade, que Heraclides dissera em seu tratado "sobre a alma", que Roma era uma cidade grega, situada em algum lugar no oeste, na costa do Mediterrâneo).

[5] Gary Forsythe (1999), A Critical History of Early Rome: From Prehistory to the First Punic War , fl. 261
[6] Timothy J Cornell, (1995), The beginnings of Rome: Italy and Rome from the Bronze Age to the Punic Wars, fl. 331

[7] Timothy J. Cornell (1989) The Recovery of Rome in Frank W. Walbank The Cambridge ancient history: The Hellenistic world, Part 2, fls. 290-291 fls. 309-310

[8] H.H. Scullard (1978) A History of the Roman World, 753 to 146 BC, fl. 105 (4ª edição)

[9] Gary Forsythe (2005) A Critical History of Early Rome: From Prehistory to the First Punic War, fls. 254-257

[10] Jona Lendering, Marcus Furius Camillus, Parte 3, http://www.livius.org/fo-fz/furius/camillus3.html#Gauls, acessado em 10.09.2010

[11] H.H. Scullard (1978) A History of the Roman World, 753 to 146 BC, fl. 104

[12]Gary Forsythe (2005) A Critical History of Early Rome: From Prehistory to the First Punic War, fls. 255

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