domingo, 17 de novembro de 2019

Anotações Adcummulus 011 - "Os da Casa de César te Saudam" - Como o Cristianismo chegou na High Society - Parte 5 - Julio Africano e o Rei Abgar de Edessa

Cristo Pantocrator, Igreja do Santo Sepulcro, Jerusalém,
via wikicommons
Anteriormente nossa série sobre o avanço do cristianismo na elite do Império Romano, falamos de casos de cristãos que foram auxiliares de imperadores e líderes provinciais, sobre outros, de comportamento um tanto heterodoxo, e daqueles cuja a identidade é incerta, mas que podem ter sido os primeiros casos atestados entre as elites romanas, já no primeiro século. Também mencionamos aqueles que, para preservarem sua identidade como cristãos, não hesitaram em confrontar o Império, a família e a sociedade, pagando com a própria vida. Ao longo da série, porém, foi possível perceber alguns padrões. O cristianismo é praticamente imperceptível socialmente em seu primeiro século de existência, primeiramente pelo pequeno número de seguidores, segundo por estar, em geral, nas margens da sociedade. 

Sendo assim, as primeiras menções que temos em Josefo, Tácito, Suetônio, Plínio invariavelmente envolvem tumultos, perturbações e confrontos em que os cristãos ora são apontados como a causa, ou mesmo quando eram as vítimas, a opinião geral era que não eram tão inocentes assim (nas palavras de Tácito: "(Tudo isso fez com que despertasse a misericórdia do povo, mesmo contra essas pessoas que mereciam castigo exemplar") [1]. Nas notícias dessa primeira época, os cristãos apareciam quase que exclusivamente na página policial. Não ajudava o fato de seguirem Jesus, um homem crucificado por Pôncio Pilatos na sempre rebelde Judeia, acusado de ser o autoproclamado "Rei dos Judeus". 

A medida que o tempo passa, o número de cristãos cresce, na cidade de Roma, nas províncias do  norte da África e no leste do Império, principalmente. Escravos libertos da casa imperial, convertidos ou simpatizantes do cristianismo, já representam uma influência palpável na corte, pelo menos desde o final do século II. Relatos aqui e ali, dão conta de mulheres de alta posição que se convertiam. Por está época, o filósofo pagão Celso, incomodado, escreve um ataque contra o cristianismo, em que afirma que:

Vemos, de fato, em nossas casas, trabalhadores em lã e curtidores, e pessoas de caráter rústico e pouco instruído, que não se atrevem a proferir palavra na presença de seus senhores, mais velhos e doutos; mas quando tem a oportunidade de estar com crianças em privado, ou com mulheres tão ignorantes quanto eles, propagam seus maravilhosos ensinos, de forma que não devem obedecer seus pais e mestres; e que os primeiros são tolos e estúpidos, e nem sabem nem podem realizar algo realmente bom, preocupados com ninharias vazias; que somente eles sabem como os homens devem viver e que, se os filhos os obedecerem, também serão felizes e também farão seu lar feliz. E enquanto falam assim, se notam os mestres destes jovens se aproximando, ou alguém das classes mais instruídas, ou mesmo o próprio pai, os mais tímidos entre eles ficam com medo, enquanto os mais ousados incitam as crianças a se rebelarem.[2]
 
No entanto, a partir da segunda metade do II século, o cristianismo passa a dispor de mestres preparados para discutir em termos retóricos e filosóficos.  Neste post, vamos discutir duas figuras, o (provavel) primeiro Rei cristão e seu conselheiro. O Rei Abgar VIII e o enciclopédico Sexto Júlio Africano.

Júlio Africano na Corte de Abgar VIII de Edessa


Rei Abgar V recebe de Tadeu o Mandílio.
Pintura encaústica, Monastério de Santa Catarina
sec. X, via wikicommons
Por volta do ano 200 DC, Tertuliano diria que o nome de Cristo se estendia a todos os lugares, era crido em todo lugar, honrado e adorado entre todos os povos,  Além de forte apelo popular, entre as elites o  "time" de Cristo, contava com defensores (apologistas) como Tertuliano e Minúcio Félix, "homens de criação" como os teólogos Hipólito e Irineu, e um poderoso ataque com Clemente e Origenes de Alexandria e Julio Africano, homens de vanguarda do pensamento intelectual da época. 

Sexto Júlio Africano, talvez seja a mais intrigante e complexa destas figuras. Ele se destacou tanto por seu conhecimento teológico e exegético - estabelecendo a data tradicional do nascimento de Jesus, harmonizando as genealogias de Mateus e Lucas, demonstrando que a história de Suzana não fazia parte do livro de Daniel - como atuar como conselheiro do Rei Abgar VIII de Edessa (nosso outro personagem), e montar uma biblioteca a pedido do Imperador Severo Alexandre. Serviu o exército, exerceu a medicina, além de ter escrito uma enciclopédia do conhecimento antigo, que versava sobre pontos como magia e antigas armas biológicas. 

As obras de Julio Africano não sobreviveram ao nosso tempo. Seus escritos são conhecidos a partir de citações de outros autores. Contudo, como observa a Professora Hagith Sivan, da Universidade do Kansas, 

"(...)  Of Africanus' not insignificant output, consisting of the Cesti (originally in 14 volumes), two letters (one addressed to Origen, the other to an Aristides) and the Chronographiae (originally in 5), we now have the most complete collection of 100 fragments from the last work and, equally useful, of 99 testimonia.(...)" (traduçãoDa produção não insignificante de Africano, composta pelos Cesti (originalmente em 14 volumes), duas cartas (uma dirigida a Orígenes, a outra a Aristides) e a Cronografia (originalmente em 5), agora temos a coleção mais completa de 100 fragmentos do último trabalho e, igualmente úteis, de 99 testemunhos. [3]

As citações por autores antigos posteriores, permitem inferir alguns fatos de sua vida. O professor Henry Chadwick (1920-2008), de Cambridge, apresenta uma biografia resumida de Júlio Africano:


A comparable contemporary of Clement was another learned Christian, Sextus Julius Africanus, whose surviving writings show him to have been a rare polymath. He was capable of writing on military matters (of which he had some firsy-hand knowledge), on history, magic, Christianity, and architecture. He had a striklingly varied carrier in the army, medicine, and law. His birthplace seems to have been Hadrian's replacement of Jerusalem, Aelia Capitolina (P.Oxy. III 412). He came to know relatives of Jesus from the Nazareth region, and knew at least some hebrew.(Tradução) Um contemporâneo comparável de Clemente foi outro cristão erudito, Sexto Julio Africano, cujos escritos sobreviventes mostram que ele era um polímato raro. Ele era capaz de escrever sobre assuntos militares (dos quais possuía algum conhecimento prático), história, magia, cristianismo e arquitetura. Ele teve uma carreira diversificada no exército, na medicina e no direito. Seu local de nascimento parece ter sido a cidade construída por Adriano quando destruiu Jerusalém, Aelia Capitolina (P.Oxy. III 412). Ele se encontrou com parentes de Jesus da região de Nazaré e conhecia pelo menos um pouco de hebreus. [4] 
Júlio Africano foi um homem "viajado", e possuía excelentes conexões sociais. Particularmente relevante para efeitos do nosso post, foi quando foi admitido em Edessa, na corte do Rei Abgar VIII de Osroene, estado vassalo de Roma, na alta Mesopotâmia, norte do atual Iraque. O Reino de Osroene, governado pelos antepassados de Abgar a mais de 300 anos, ficava na fronteira entre o Imperio Romano e o Império Parto (que englobava o Irã, parte do atual Iraque, Paquistão e Afeganistão). Edessa oscilou em suas lealdades várias vezes, entre a batalha de Carrae (53 AC) e o tempo de Trajano (98-117 DC), estiveram sobre influência dos partos. A partir de Trajano, e mais ainda a partir de 165 DC - quando o co-imperador Lucio Vero (161-169 DC) em sua campanha no leste, colocou a região sob o firme comando de Roma - o Reino de Edessa não teve outra opção senão a lealdade.

O Reino de Edessa, sob o comando de Abgar, seguia uma política extremamente tolerante com o cristianismo, sendo bastante possível, ainda que não completamente certo, como veremos a seguir, que o próprio Rei, ou seu filho Abgar IX, tenham se convertido [5]Segundo a Crônica de Edessa, do século VI, um concilio foi realizado na cidade em 197 DC, e uma Igreja cristã é listada entre os edíficios destruídos em uma enchente em 201 DC. A partir de Edessa, as regiões do extremo leste do Império Romano, a Pérsia e até a India, foram evangelizadas. Como observa o Professor Warmick Ball, da Escola Britânica de Arqueologia no Iraque, "(...) Abgar teve a sabedoria de reconhecer a estabilidade e ordem inerente do Cristianismo, um século antes de Constantino (...) Assim Abgar, o grande, pode reinvindicar ser o primeiro monarca cristão do mundo, e Edessa o primeiro estado cristão. Mais do que qualquer coisa, um enorme precedente foi estabelecido para a conversão da própria Roma (...)[6]. 

Cerca de um século depois da morte de Abgar VIII, Eusébio de Cesaréia (História Eclesiástica 1:13) registra a tradição de que o Rei  Abgar V (4 AC - 40 DC) trocou cartas com o próprio Jesus (!!!). Abgar estava doente e pediu que Jesus viesse até Edessa cura-lo. Jesus promete que após cumprir sua missão, ele enviaria alguém para cura-lo. Após a ressureição, o Apóstolo Tomé enviou Tadeu, que curou o Rei. Em um estágio posterior da lenda, o texto apócrifo a doutrina de Addai, escrito por volta do ano 400, afirma que o mensageiro do Rei, chamado Ananias, era também um pintor, e fez um retrato de Jesus (a imagem de Edessa, ou Mandílio), que foi guardado no Palácio Real de Edessa. As cartas são consideradas como apócrifas pelos estudiosos, mas são entendidas como uma tentativa do cristianismo edessano de reivindicar origem apostólica, uma vez que era um dos mais importantes centros da cristandade. 

Na corte de Abgar, também tinha assento o teólogo Bardasanes (154-222 DC), muito próximo ao Rei, a qual Júlio Africano admira como grande pensador e exímio arqueiro.  Bardasanes, provavelmente de origem persa, se converteu pela influência do Bispo Histapes de Edessa, e logo se destacou polemizando com os marcionitas, sendo ordenado diácono, formando uma escola de discipulos  e compondo hinos, com objetivo de atingir os jovens.[7]

Bardasanes também é o principal testemunho da conversão do Rei Abgar de Edessa, visto que ele menciona que:


 "(...) Na Síria e em Edessa havia um costume de castração em honra de Tar'atha (Atagartis), mas quando o Rei Abgar se converteu, ele ordenou que qualquer homem que se emascula-se em devoção de Tar'ata, deveria ter sua mão cortada (...)".[8]

Não resta claro, porém, se o Abgar em questão é o pai ou o filho. Júlio Africano, em um fragmento preservado em George Sincelo, diz que Abgar era um "santo homem", sem dar maiores detalhes. A despeito de sua contribuição para o avanço do cristianismo em Edessa, e, possivelmente, trazendo a fé para a família real, Bardasanes foi mais lembrado por ter sido, em algum momento, atraído por idéias gnósticas.  Contudo, se é evidente que os ensinos dos discípulos de Bardasanes foram considerados heréticos (influenciando grupos como os Elkasaitas e Maniqueistas) nos séculos seguintes,  o mesmo não pode ser dito com certeza em relação ao próprio Bardasanes. De fato, muito pouco do que Bardasanes escreveu foi conservado, e um de seus principais escritos, que mais nos aproxima de suas ideias, "O livro da Lei dos Países" foi compilado por um de seus díscipulos, Felipe. Pouco mais de 100 anos após a morte de Bardasanes, ele foi objeto de dura refutação pelo Bispo Efrem, o Sírio (306-373 DC) , mas podemos questionar até que ponto estava criticando os ensinos do próprio Bardasanes ou o rumo que seus díscipulos lhe deram [9]. Eusébio de Cesaréia (História Eclesiastica 4:30), por exemplo, relata que Bardasanes "(...) foi a princípio um seguidor de Valentino, mas depois, tendo rejeitado seus ensinamentos e refutado a maioria de suas ficções, imaginou ter chegado à opinião mais correta. No entanto, ele não lavou completamente a sujeira da antiga heresia (...).   

Sobre a estada de Júlio Africano em Edessa, Professor Martin Wallhaff, da Universidade de Munique escreve [10]:


The life story of Africanus was centainly both interesting and eventful, although we are only able to glean snippets of it from his own writings. We first find him in Edessa at the court of King Abgar VIII of Oshoene, for whom he apparently had much admiration (F96) and whose son he helped to educate. It was here that he came in contact with the fascinating intellectual Bardasanes (cest 1,20) in whom he may found a congenial thinker and source of inspiration. All this must have occured some time before 216. It was here also that he might have seen what was alleged to have been the tent of Jacob, venerated in Edessa and later destroyed (F29). On his travels he saw Mount Ararat in Armenia (F23) and also visited Apameia in Southern Phrygia, formerly Celacnae (F23). (...). (tradução) A história de vida de Africano é, ao mesmo tempo, interessante e cheia de acontecimentos, embora só possamos coletar trechos dela de seus próprios escritos. Nós o encontramos pela primeira vez em Edessa, na corte do rei Abgar VIII de Oshoene, por quem ele aparentemente tinha muita admiração (F96) e cujo filho ele ajudou a educar. Foi aqui que ele entrou em contato com o fascinante intelectual Bardasanes (cest 1,20), em quem pode encontrar um pensador agradável e fonte de inspiração. Tudo isso deve ter ocorrido algum tempo antes de 216. Foi aqui também que ele poderia ter visto o que supostamente era a tenda de Jacó, venerada em Edessa e mais tarde destruída (F29). Em suas viagens, ele viu o Monte Ararat na Armênia (F23) e também visitou Apameia no sul da Frígia, anteriormente Celacnae (F23). (...)[10]
 A dinastia de Abgar, contudo, estava com seus dias contados. Abgar, no ano dos cinco imperadores (193 DC), apoiou Pescênio Niger, que foi derrotado por Sétimo Severo, que assumiu o trono, e despojou Abgar da maior parte de seu território, que ficou reduzido, praticamente, a cidade de Edessa. Abgar, habilmente, conseguiria restabelecer seu Reino e favor com o Imperador Severo, e até adotou o sobrenome Severo para si e seu filho. Contudo, após sua morte, seu filho Abgar IX foi convocado a Roma por Caracala (211-217 DC), sucessor de Sétimo Severo,  que mandou prender e executar o Rei de Edessa. Os romanos ainda consentiram que dois integrantes da Casa de Abgar utilizassem o título real, até o ano 242 DC, mas sem exercer poder efetivo.

Júlio Africano, porém, teve melhor sorte. Logo cairia nas graças da corte imperial. Professor Wallraff continua:
It would appear that the re-foundation of Emmaus in Palestine as a polis with the name "Neapolis" was achieved thanks to an initiative at the court of Roman emperor in the early 220's presided over by Africanus himself (T2) This may or may not mean that Africanus was a resident of Nicopolis(or Palestine in general) at that time. Nevertheless, his links to the town were certanly profound and went well beyond that any normal sightseer, A little later, we find him in Rome at court of Alexander Severus, where he was  entrusted with the task of instituting the library of Pantheon. Whatever that might mean, it must have been quite prestigious post in the society of the capital. (tradução)  Parece que a reconstrução de Emaús na Palestina como uma polis com o nome "Neápolis" foi alcançada graças a uma iniciativa na corte do imperador romano no início dos anos 220, presidida pelo próprio Africanus (T2). Isso pode ou não significa que Africano era um residente de Nicópolis (ou Palestina em geral) na época. No entanto, seus vínculos com a cidade eram comprovadamente profundos e iam muito além do um visitante comum. Um pouco mais tarde, o encontramos em Roma na corte de Alexandre Severo, onde ele foi encarregado de instituir a biblioteca do Panteão. O que quer que isso possa significar, deve ter sido um posto de prestígio na sociedade da capital.[10]
Júlio Africano, teólogo, historiador e intelectual.

Além de conselheiro de Reis, e indicado pelo Imperador para montar uma biblioteca, Africano faria uma contribuição relevante na exegética bíblica. Por exemplo, ele abordou as diferenças entre o livro de Daniel no texto hebraico ou massorético e a Septuaginta. O capítulo 13 do livro de Daniel existe nas bíblicas católicas romanas e ortodoxas, mas não das bíblias protestantes e hebraicas, e conta a história de Susana.


Susana e os Anciãos. Pinturucchio, 1492,
Apartamento Borgia, Palácio Apostólico,
Vaticano, via wikicommons

Susana era uma mulher casada, rica, atraente, e muito temente a Deus. Certo dia, ela se banhava sozinha em seu jardim, não percebendo estar sendo observada por dois anciãos. Ao retornar para casa, os anciãos, que serviam como juízes, a assediam e chantageam, dizendo que a acusariam de ter sido infiel a seu marido, a menos que ela concordasse em deitar-se com eles. Susana recusa a chantagem e é falsamente acusada de adultério. Durante o julgamento Susana é condenada com base no testemunho dos  dois anciãos, clama ao Senhor por justiça, e é socorrida pelo jovem e sábio Daniel, que  desafia o testemunho dos anciãos, que afirmaram que Susana havia encontrado seu amante sob uma árvore, a testemunharem em separado. Um dos anciãos afirma que a árvore era um carvalho, e o outro uma aroeira. Apontando as contradições das falsas testemunhas, Daniel prova a inocência de Susana.



Africano crítica Origenes por aceitar a autenticidade da história, e os argumentos de um lado e outro, podem ser encontrados na "Carta a Africano", de Origenes.

Entre os argumentos apresentados por Africano estão a ausência da narrativa na texto hebraico, o fato do texto grego conter jogos de palavras que não faziam sentido em hebraico, além de inconsistências e implausibilidades no comportamento dos personagens na estória. Orígenes, ainda que reconhecendo a ausência do texto na versão hebraica de Daniel, sustenta que a narrativa era comumente lida e reconhecida nas igrejas. [11]

Outra contribuição de Julio Africano é sua harmonização das genealogias de Jesus encontradas nos evangelhos de Lucas e Mateus. Em uma carta a um certo Aristides, transcrita por Eusébio de Cesaréia, Africano rejeita aquelas interpretações que consideram que uma genealogia de Lucas era sacerdotal e da Mateus real. Ele apresenta sua própria tese, que se baseia em tradições que lhe teriam sido confiadas pelos Desposyni , os descendentes do clã de Jesus, que viviam nas cidades vizinhas de Nazaré e Cochaba. Africano utiliza o conceito do casamento por Levirato. Descrito em Deuteronômio 25:5-6, caso um homem morresse sem deixar filhos, cabia a seu irmão casar com a viúva, e tendo gerado descendência, essa passaria a ser considerada como de seu irmão falecido. Desta forma, Africano afirma que:


Matã, descendente de Salomão, gerou Jacó. E tendo morrido Matã, Melqui, que era descendente de Natã, gerou Eli pela mesma mulher. Eli e Jacó eram, portanto, irmãos uterinos. Eli tendo morrido sem filhos, Jacó levantou sua semente, gerando José, seu próprio filho, pela natureza, mas por lei o filho de Eli. Assim, José era filho de ambos.
No entanto, a mais  relevante contribuição de Africano a literatura, e cultura cristã foi a sua adaptação do gênero grego da "crônica universal", influenciando Eusébio de Cesaréia, Jerônimo, George Sincelo, entre outros.  


Professor Richard Burgess, da Universidade de Otawa, esclarece a significância do trabalho de Júlio Africano:


"The achievement of Julius Africanus can only be properly evaluated if it is considered within the appropriate context. His Xpovoypawiai is best if it is analysed and interpreted not as the earliest surviving work of Byzantine chronography or as an early Christian chronicle (or rather proto-chronicle, since it is not actually a chronicle), but as a work that stands at the end of a very long line of Hellenistic chronological apologetic that ranges from contemporary Christian writers to secular historians of the late fourth century BC. (tradução)   O feito de Julio Africano só pode ser avaliada adequadamente se for considerada dentro do contexto apropriado. Seu Xpovoypawiai é melhor analisado e interpretado não como o trabalho sobrevivente mais antigo da cronografia bizantina ou como uma crônica cristã primitiva (ou melhor, proto-crônica, já que na verdade não é uma crônica), mas como um trabalho que culmina uma longa linha de crônica apologética helenística que vai de escritores cristãos contemporâneos a historiadores seculares do final do século IV aC [12]

Professor Burgess continua seu raciocínio, apontando o fato de que "(...)o mundo antigo, de forma quase universal, percebia o desenvolvimento da cultura e civilização de forma completamente oposta a nós. Nós olhamos para o futuro e vemos o progresso, que fará o porvir melhor que o passado, acreditando que a civilização e cultura estão avançando e progredindo. O mundo antigo, por outro lado, olhava pro passado e acreditava que quanto mais antigo, melhor. O presente era percebido como uma era de decadência, e o modo de vida ancestral eram naturalmente melhores porque estavam mais próximos da era dourada, o começo de todas as coisas, e dos deuses. Para os antigos, nada podia ser novo e verdadeiro (...)"[12].

Sendo assim, para se provar verdadeiro  (e não uma superstição "nova" e '"perigosa", ou "nova e mortal", principalmente por ser nova), o cristianismo tinha que se associar ao que era antigo. Uma ênfase muito grande foi colocada sobre as escrituras do antigo testamento, por todos reconhecidas como muito antigas. Burgess cita Teófilo de Antioquia, que no final do século II DC, escreveu "(...) Agora pretendo... demontrar a cronologia para você mais detalhadamente, para que possa reconhecer que nossa doutrina não é nem moderna, nem mítica, mas mais antiga e verdadeira que a de todos os poetas e historiadores (...)" .

A cronografia de Africano foi escrita em 5 volumes. E cobre desde a criação do mundo, que ele fixa no ano 5500 AC, até o ano 221 DC. A obra completa se perdeu, mas cerca de 10% de seu conteúdo é conhecido através de citações de autores posteriores. 

Professor Walhaff esclarece que o trabalho de Africano tem finalidade apologética em certa medida, mas vai muito além disso:

The apologetic tradition in general, and Theophilus and Clement in particular, represent the most important Christian antecedents to the Chronographiae of Africanus. That being said, his work is much more than just a simple continuation of this tradition (...) and it is clear that a work of such dimensions could only have been written by someone with a genuine scholarly interest in historiography. In this sense the approach of Africanus might best be termed as scientific, the implication being that his interest in precise historical knowledge was mainly for the sake of knowledge (...) A tradição apologética em geral, e Teófilo e Clemente em particular, representam os antecedentes cristãos mais importantes para a cronografia de Africano. Dito isto, seu trabalho é muito mais do que apenas uma simples continuação dessa tradição (...) e é claro que um trabalho de tais dimensões só poderia ter sido escrito por alguém com um genuíno interesse acadêmico pela historiografia. Nesse sentido, a abordagem de Africano poderia ser melhor denominada como científica, a implicação é que seu interesse pelo conhecimento histórico preciso era principalmente em prol do conhecimento [13]
 Bem como o caráter eminente cristão de sua obra, mas que dialogava com os padrões seculares greco-romanos..
The Christian character of his work is clear, especially given the importance attributed to the date of the Incarnation in AM 5500 and the detailed discussion concerning the date of the Crucifixion and Resurrection of Christ (F93) Nevertheless, it would be a mistake to try and reduce the Chronographiae to a purely apologetic work. (tradução)  (...) O caráter cristão de sua obra é claro, especialmente dada a importância atribuída à data da Encarnação, em AM 5500 e a discussão detalhada sobre a data da crucificação e Ressurreição de Cristo (F93) no entanto, seria um erro para tentar reduzir a Cronografia a um trabalho puramente apologético.´[13]
E oferecia a literatura cristã um padrão mais elevado, capaz de interagir com os escritos seculares de seu tempo, e que influenciaria gerações
He was forcing Christian chronography to adopt the secular structures and methods that he found in Chronicles and Universal history, and therefore stands at the point at which apologetics became truly Christian history for the first time (tradução) Ele estava forçando a cronografia cristã a adotar as estruturas e métodos seculares que encontrou em Crônicas e na história universal, e, portanto, está no ponto em que a apologética se tornou verdadeiramente a história cristã pela primeira vez [14]
Júlio Africano se dedicou a outro projeto monumental. Cesti é uma verdadeira enciclopédia do conhecimento antigo, com 24 volumes!!!! A obra descorria sobre praticamente todos os campos de conhecimento da Antiguidade. Da mesma forma como em Cronografia, Cesti não chegou até nós, mas fragmentos são citados em autores posteriores. Africano discorre sobre pesos e medidas, corantes, inseticidas, antídotos para vítimas de picadas de cobra ou escorpiões, purificação de água, e o cerco de Bizâncio pelo Imperador Sétimo Severo [15]. O conhecimento técnico e pratico, se intercala com as experiências pessoais de Africano.

Walraff faz menção a George Sincelo (século IX), que afirma que Cesti foi dedicada ao Imperador Alexandre Severo (222-235 DC). Wallraff aponta a menção aos banhos de Alexandre, concluidos em 227 DC, e o fato de Africano mencionar que os "persas nunca foram derrotados pelos Romanos", o que ocorreria em 231 DC, na campanha de Alexandre Severo contra os Sassânidas [15]. Ou seja, a obra deve ser datada entre 228-231DC. 

Embora reverenciado pelos escritores cristão posteriores por sua erudição. Cesti foi criticada por parte de seu conteúdo. Por exemplo, um manual  militar bizantino do século X, o Sylloge Tacticorum, descreve as armas químicas e biológicas propostas por Africano como instrumento de Guerra Total, como "indignas do modo de vida cristão".[15].

A natureza secular de Cesti levou a alguns estudiosos a questionar se realmente Júlio Africano, de Cesti, era o mesmo autor de Cronografia, contado entre os pais da Igreja. Começando por Joseph Scaliger no século XVII:

Scaliger noted that the name of Africanus in the tenth century Suda lexicon was idiosyncratic, not the commonly used "Iulius Africanus", but rather "Africanus, the one called Sectus (sic). From this, Scaliger concluded that Eusebius and his sucessors had collectively confused the Christian "Iulius Africanus" eith the "Sextus (Iulius) Africanus of the Cesti.(Tradução) Scaliger observou que o nome de Africanus no léxico Suda do século X era idiossincrático, não o "Iulius Africanus" comumente usado, mas sim "Africanus, chamado Sectus (sic). A partir disso, Scaliger concluiu que Eusébio e seus sucessores tinham coletivamente confundido o cristão "Iulius Africanus" com "Sextus (Iulius) Africanus dos Cesti.[16]
 Ocorre que a prosposta não prosperou, Professor Wallraf explica o porque:


Dissociating the two figures was an elegant, but ultimately unpersuasive, way to resolve what some scholars have called the "Africanus Problem". The final blow to the theory of mistaken identity came from the Cesti itself. A fragment from the end of the 18th book of the Cesti discovered at Oxyrhynchus named the author of the work as "Iulius Africanus", not the Sextus Iulius Africanus"required by Scaliger's hypothesis. (tradução) A dissociação das duas figuras foi uma maneira elegante, mas, em última análise, não persuasiva, de resolver o que alguns estudiosos chamam de "Problema Africanus". O golpe final na teoria da identidade equivocada veio do próprio Cesti. Um fragmento do final do 18º livro dos Cesti descoberto em Oxyrhynchus nomeou o autor da obra como "Iulius Africanus", não o Sextus Iulius Africanus "exigido pela hipótese de Scaliger.[16]
O papiro Oxirrinco III 412, datado de 230-260 DC, é um fragmento de Cesti, quase contemporâneo da obra original, encontrado no Egito. E prova que o autor da monumental obra secular, era o mesmo que tentou harmonizar a genealogias de Jesus de Nazaré e que elaborou um história universal em que a morte e ressurreição de Jesus constituia o evento principal. Parece contraditório, mas cremos que é simplesmente humano.

Catafractário (cavalaria pesada) persa ataca um Leão,
Museu Britânico, via wikicommons 
Por exemplo, um aspecto perturbador de Cesti, já percebido pelo manual militar bizantino acima, são as estratégias militares de guerra total propostas por Julio Africano ao exército romano contra o Império Parta, contendo até versões da antiguidade de armas químicas e biológicas (mesmo que tais artíficios também tenham sido usados pelos Partos).

Ocorre que, como observa Christopher Jones, doutorando na Universidade de Columbia, em seu excelente blog Gates  of Nineveh Julio Africano vivia em um mundo em que os romanos combatiam o império parto a quase 300 anos no leste, com pouco sucesso duradouro [17]. Marco Licínio Crasso foi morto e seu grande exército completamente destruído na batalha de Carras, em 53 AC, e as vitórias romanas, quando ocorriam, eram rapidamente revertidas. A estratégia romana foi conter os partos nas proximidades do Eufrates. Africano entendia que o problema não era o moral dos soldados ou a capacidade dos comandantes, mas a forma de lutar. Pior, havia sinais de que os inimigos do leste se tornariam ainda mais poderosos, pois a emergência da dinastia Sassânida, suplantando os arsacidas, centralizaria o Império Persa e o tornaria mais efetivo militarmente. Assim, entendia Africano, para enfrentar os arqueiros a cavalo iranianos, em seu território, o exército deveria adaptar suas táticas, tecnologias e treinamento, tomando como modelo as tropas de Alexandre, o Grande, que conquistou o Império Persa, e aumentar seus efetivos de cavalaria.  Séculos antes, na Europa, as legiões romanas se mostraram superiores as falanges gregas, mas o estilo de luta das falanges era mais adaptado ao terreno do Irã e Iraque [17]Neste contexto, Africano teme os persas e reconhece a desvantagem romana refletindo a ansiedade das provincias do leste e reinos clientes (em Apocalipse 16:12, como resultado de uma das sete taças da ira de Deus, o Eufrates seca, "para que se preparasse o caminho do reis do Oriente"), entendendo que Roma deve usar todos os meios que dispõe, sem limites, para proteger seu território e cidadãos. 

Uma analogia pode ser feita com a doutrina militar de retaliação massiva da OTAN frente ao Pacto de Varsóvia, nos anos 1950 e 1960, que preconizava a utilização pronta de armas nucleares para contenção de qualquer tentativa de invasão ao países membros, mesmo que utilizando apenas forças militares convencionais, frente a desvantagem das tropas da aliança em comparação a antiga União Soviética e seus aliados na Europa Central e Ocidental. 

Além disso, a visão militar agressiva de Júlio Africano não pode ser considerada algo raro entre cristãos (por exemplo, podemos citar a própria idéia de Cruzada). Os governos de países de forte herança cristã, democracias tradicionais, utilizaram armas nucleares e napalm (EUA) e armas químicas (França e Reino Unido), e pior, muitas vezes contra civis, tendo ou não os inimigos utilizado tais recursos. Inúmeros exemplos de posicionamentos cristãos belicosos estão disponíveis. O que talvez seja chocante é um exemplo não pacifista na igreja cristã pré Constantiniana.

Cesti concentra os elementos cristãos não convencionais na vida Africano. Mas em nossa série, já encontramos uma concubina de um Imperador e um banqueiro falido que se tornou Papa, um oficial romano cuja identidade cristã é assumida de forma discreta e líder provincial orgulhoso de seu cristianismo, mas engajado em jogos considerados contrários a sua fé. Tais contradições tem feito parte da vida de centenas de milhões de fieis, em todos os lugares e tempos.

Referência Bibliográficas.

[1] Tácito, Anais 15:44 
[2] Origenes, Contra Celso, Livro 3, capítulo 55
[3] Hagith Sivan (2008): Martin Wallraff (ed.), Iulius Africanus: Chronographiae. The Extant Fragments. In collaboration with Umberto Roberto and Karl Pinggéra, William Adler. Die griechischen christlichen Schriftsteller der ersten Jahrhunderte, NF 15
Bryn Mawr Classical Review 2008.04.43 http://bmcr.brynmawr.edu/2008/2008-04-43.html
[4] Henry Chadwick (2001) The Church in the Ancient Society, fl. 130
[5] Jona Lendering (2003 e 2019) Edessa (Sanli Urfa) Livius, acessado em 16/11/2019
[6] Warmick Ball (2001),Rome in the East: The Transformation of an Empire, fl. 95
[7] P. O. Skjærvø (1988) Bardesanes Encyclopaedia Iranica, acessado em 16.11.2019 http://www.iranicaonline.org/articles/bardesanes-syr
[8] Bardaisan, Livro da Lei dos Países
[9] P. O. Skjærvø (1988) Bardesanes Encyclopaedia Iranica,  acessado em 16.11.2019 http://www.iranicaonline.org/articles/bardesanes-syr
[10] Martin Wallhaff (2007) Iulius Africanus Chronographiae: The Extant Fragments, fl. xiv
[11] Dulce Maria Gonzalez Doreste e Francisca del Mar Plaza Picon (2016), susana, objeto de deseo y modelo de castidad, acessado em 16.11.2019, 
[12] Richard Burgess (2011), Apologetic and Chronography, in Martin Walhaff (ed), Julius Africanus and die christiliche weltchronik, fl. 17:
[13] Martin Wallraff (2007) Iulius Africanus Chronographiae: The Extant Fragments, fl. xxii
[14] Richard Burgess (2011), Apologetic and Chronography, in Martin Walhaff, Julius Africanus and die christiliche weltchronik, fl. 38
[15] Martin Wallraff (2012) Introduction in Martin Wallraff, Carlo Scardino, Laura Mecella e Christophe Guignard (ed.) Iulius Africanus: Cesti The Extant Fragments, fl. XVII a XIX
[16] Martin Wallraff (2012) Introduction in Martin Wallraff, Carlo Scardino, Laura Mecella e Christophe Guignard (ed.) Iulius Africanus: Cesti The Extant Fragments, fls. XI e XII
[17] Christopher Jones (2014) The Life of Julius Africanus, Part II, The General, post de 30/01/2014 https://gatesofnineveh.wordpress.com/2014/01/30/the-life-of-sextus-julius-africanus-part-2-the-general/, acessado em 15/11/2019.

2 comentários:

jack hazut disse...

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Jack Hazut
Photos from Israel and the world


www.israelimage.net
www.facebook.com/jack.hazut

Anônimo disse...

As concerning the Word of life, Luke 10 section 25-28 says: On one occasion an expert in the law stood up to test Jesus. "Teacher," he asked, "what must I do to inherit eternal life?" "What is written in the Law?" he replied. "How do you read it?" He answered: " 'Love the Lord your God with all your heart and with all your soul and with all your strength and with all your mind'; and, 'Love your neighbor as yourself.'" "You have answered correctly," Jesus replied. "Do this and you will live."
Matthew 5 section 43-48 says: "You have heard that it was said, 'Love your neighbor and hate your enemy.' But I tell you: Love your enemies and pray for those who persecute you, that you may be sons of your Father in heaven. He causes his sun to rise on the evil and the good, and sends rain on the righteous and the unrighteous. If you love those who love you, what reward will you get? Are not even the tax collectors doing that? And if you greet only your brothers, what are you doing more than others? Do not even pagans do that? Be perfect, therefore, as your heavenly Father is perfect.
In Old Testament, the Jewish people and their ancestors were given the Law to observe. First, What Adam and Eve should observe was that they could not eat the fruits from the tree of wisdom. Then, their son Cain was told that he should not kill. As sins became increased, the laws were also added more. Up to the generation of Moses, the Law in Old Testament was given to Israelites. We know that the Law is good and the Law is used to punish people who commit sins, but people cannot obey the Law because the sinful spirits are in people. Even that we know stealing and giving false testimony are sinful, but greedy and pride spirits in us drive us to do sinful things. So as Old Testament prophesied we need to get rid of our sinful nature from our spirits.
Ezekiel 36 section 24-27 says: "'For I will take you out of the nations; I will gather you from all the countries and bring you back into your own land. I will sprinkle clean water on you, and you will be clean; I will cleanse you from all your impurities and from all your idols. I will give you a new heart and put a new spirit in you; I will remove from you your heart of stone and give you a heart of flesh. And I will put my Spirit in you and move you to follow my decrees and be careful to keep my laws.
The prophecies are fulfilled when Jesus begins to teach love. The two greatest commandments are " 'Love the Lord your God with all your heart and with all your soul and with all your strength and with all your mind'; and, 'Love your neighbor as yourself.'" Love is above the Law and if people have love they are free from the law of sin and death. People who are full of love will not think about stealing or giving false testimony but are merciful and they feed hungry people or give thirsty people something to drink or invite strangers in or clothe people who need clothes. The Law is for people who commit sins. Nobody will say that he will get reward because he does not steal before. But love is the grace we get. And with love we will get eternal life.
Romans 13 section 8-10 says: Let no debt remain outstanding, except the continuing debt to love one another, for he who loves his fellowman has fulfilled the law. The commandments, "Do not commit adultery," "Do not murder," "Do not steal," "Do not covet," and whatever other commandment there may be, are summed up in this one rule: "Love your neighbor as yourself." Love does no harm to its neighbor. Therefore love is the fulfillment of the law.
John 4 section 23-24 says: Yet a time is coming and has now come when the true worshipers will worship the Father in spirit and truth, for they are the kind of worshipers the Father seeks. God is spirit, and his worshipers must worship in spirit and in truth."

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