sexta-feira, 1 de julho de 2011

A Significância de Jesus e a Escala Richter de Impacto Histórico Parte 4.1: O Rei dos Judeus entre os Revolucionários

Em nossa série de posts "Jesus na Escala Richter de Impacto Histórico", iniciada em janeiro de 2010, fizemos considerações gerais a respeito das fontes históricas sobre Jesus, e que o consenso entre os historiadores é que é possível utilizar o método crítico para extrair informações sobre o Jesus Histórico e o cristianismo a partir dos evangelhos e de outros escritos cristãos. Na sequência, analisamos o testemunho de Josefo sobre Tiago, "irmão de Jesus chamado o Cristo", e sobre o próprio Jesus (o Testemunho Flaviano, ou TF), do qual concluimos pela autenticidade parcial, e analisamos as objeções mais comuns. Vimos também a relevância das breves afirmações dos historiadores romanos, Tácito, Plínio e Suetônio. Mais recentemente, situamos a evidência histórica disponível sobre Jesus, em um contexto mais amplo, dos eventos que alteraram completamente a natureza do mundo antigo - verdadeiros marcos históricos como a travessia do Rubicão e a Grécia do século posterior a Alexandre Magno - verificando que mesmo nesses casos, a atestação, embora significativamente superior a que nós temos para Jesus, é muitas vezes limitada. Nesse contexto, levando em conta a importância proporcional desses eventos para seus contemporâneos, a vida de Jesus pode ser considerada como relativamente bem atestada nas fontes não-cristãs.





Estamos chegando assim, a parte final de nossa série. Nosso objetivo agora é analisar os dados disponíveis sobre Jesus no seu contexto mais imediato, a Palestina sob domínio romano, e as personalidades daquele período, pretendentes messiânicos como Judas Galileu, Simão Bar Kochba, profetas carismáticos como João Batista e Hanina Ben Dosa e líderes religiosos como Hilel, o Mestre de Justiça e Gamaliel. Vamos comparar o impacto e atestação deixado por essas figuras nas fontes literárias e arqueológicas com as disponíveis para Jesus, e também tentar avançar nas semelhanças e diferenças das perpecções de seus contemporâneos.


Com a intenção de ilustrar nossa discussão, os resultados serão analisados de forma semi-quantitativa, considerando quatro níveis (fraco, moderado, grande, enorme), e três parâmetros, quais sejam, a intensidade do impacto (ou seja, se, por exemplo, estamos discutindo a ação de um agitador, se ele provocou um tumulto local, ou uma rebelião que se estendeu por uma região, como a Galiléia ou Judeia, ou até mesmo uma guerra civil de grande escala que impactou todo o Oriente Médio ou, em último caso, tenha forçado a intervenção direta do Imperador), a extensão do impacto (local, regional, geral, global), e por fim quanto a duração do impacto e seus efeitos (também considerando esta gradação em quatro níveis).





Vamos começar com três líderes revolucionários: Simão de Peréia, Judas Galileu e o Profeta Egípcio. A relevância da comparação com essas três figuras reside não só no que podemos esperar em termos de evidência, tal como registro arqueológico e menção em escritores no período, mas também em um elemento intrigante: o fato de Jesus ter sido executado como um subversivo.


O Rei dos Judeus: Muito poucos questionaram o fato de que Jesus foi crucificado como o Rei dos Judeus. Assim, sob o ponto de vista romano, Jesus foi julgado e condenado por dois delitos relacionados entre si, "perduellio", ou seja, por agir como um inímigo público dos interesses do Império e "crimen lasae maiestatis populi romani" [1] , por tentar subverter a ordem estabelecida pelos representantes e/ou prepostos do Imperador, do Senado, e do Povo de Roma. Como muitos estudiosos já observaram, tal fato dificilmente seria inventado pelos cristãos, pois além do constrangimento causado pela crucificação em si, os "cristãos não costumavam usar o título de "Rei dos Judeus" para Jesus (...) E se eles não utilizavam o título para Jesus, porque os relatos [dos mesmos cristãos] afirmam que ele foi executado por que teria reinvidicado esse título? Evidentemente porque ele foi julgado por causa do título", até porque a acusação de majestas contra Jesus representava riscos razoáveis para os seus seguidores, complicando ainda mais a vida de um grupo já perseguido, por ser "propício a mal entendidos políticos", alem do fato que a "Igreja rapidamente perdeu o interesse em converter judeus" de forma que "os autores dos evangelhos remodelaram e adaptaram as tradições que compilaram de acordo com o ponto de vista de um público habituado a ler grego e impregnado das idéias que circulavam no antigo mundo mediterrâneo - para eles a importância de Jesus não estava em ele ter sido o Rei dos Judeus, mas sim no fato de ele ter sido o Salvador do Mundo", finalmente, "as palavras da inscrição não contem alusões ao Antigo Testamento, e portanto podem não ter sido ditados pelo desejo de registrar as últimas horas de Jesus conforme a profecia divina", e concluindo que "Jesus foi morto por crucificação, e que sua cruz trazia uma inscrição indicando o motivo de sua condenação são os únicos fato sólidos e estabelecidos que podem ser tomados como ponto de partida de qualquer investigação dos relatos evangélicos de seu julgamento [2].


Se analisarmos os evangelhos, veremos o conceito de "Reino de Deus" multiplamente atestado nas fontes (Marcos, Q, L, M, João, Tomé e Paulo), como nas formas (parabolas, sermões, orações, aforismos, milagres...) [3]. Metade das parábolas fazem menção ao "Reino de Deus". Jesus foi crucificado entre dois "lestai", termo que embora seja traduzido comumente como "ladrão", leva uma conotação de "revolucionário" ou "guerrilheiro". Jesus teve Cristo (Messias) incorporado a seu nome, sendo que Messias, originalmente, é um conceito que possui amplas conotações políticas, envolvendo o estabelecimento de um Reino terreno, interpretado pelos judeus no I século como o fim do jugo romano. Os cristãos, reiteradamente, reinterpretaram o conceito messiânico como o de um Reino celestial, que seria estabelecido na terra apenas no fim dos tempos. Tais fatos indicam fortemente que a mensagem de Jesus da vinda iminente do "Reino de Deus" foi interpretada pela autoridades como subversiva a ordem imperial e perturbadora da Pax Romana, seja qual fosse seu conteúdo ou propósito original, e que os cristãos, constrangidos e ameaçados por essa "má impressão", buscaram desfazer esse "mal entendido".



1) Simão de Peréia:






Entre a morte de Herodes (4 AC) e a queda de Jerusalém (73 DC), houve uma série de agitadores, pregadores itinerantes, milagreiros, profetas que lideraram revoltas ou movimentos messiânicos. Uma lista deles é apresentada aqui, pelo Professor Jona Lendering [4]. Como pode ser observado, a principal (e na maioria das vezes única) fonte para todos eles é Josefo. No âmbito de seu primeiro livro "Guerras Judaicas", o relato de figuras contemporâneos de Josefo, com as quais ele teve oportunidade de interagir pessoalmente, como João de Giscala, Menaem e Simão Bar-Giora, é bastante detalhado. Eles são apontados como rebeldes fanáticos que levaram o povo judeu a catástrofe que causou a destruição de Jerusalém. Então eles são, de alguma forma, a razão de ser daquela narrativa. No entanto, para os pretendentes messiânicos mencionados em Antiguidades, e mesmo nos dois primeiros livros de Guerras Judaicas (no período anterior ao incio do conflito em 66 DC), como Teudas, Judas Galileu, João Batista e Simão de Peréia os relatos são geralmente muito curtos, não excedendo alguns parágrafos. Se observamos a história desses pretendentes messiânicos, vamos perceber um padrão de aparecimento súbito, origem obscura, são seguidos por multidões, e, diante da ação repressora das autoridades, o lider é capturado ou foge, e os seguidores se dispersam [5].


O interesse por essas figuras não foi compartilhado pelos muitos escritores que viveram no período. Por exemplo, Filo de Alexandria (20 AC - 50 DC), não menciona nenhum dos pretendentes messiânicos citados pro Josefo. Ele nada diz sobre as violentas revoltas lideradas por Simão de Peréia, Atronges, ou Judas Galileu, em que milhares de judeus foram mortos, com seus cadáveres sendo pisados pelas botas dos soldados romanos. Embora Filo discuta o carater violento do Governador Pôncio Pilatos ocasionalmente, não menciona o comportamento dele em relação a Jesus de Nazaré ou a repressão violenta a multidão liderada pelo profeta Samaritano (episódio que levou a destituição de seu cargo). Fora dos escritos de Flávio Josefo, somente Lucas menciona a existência de alguns desses lideres populares (Teudas, o Egípcio, e Judas Galileu) em Atos dos Apóstolos, além de Tácito que faz uma breve referência a Simão de Pereia (único pretendente messiânico, além de Jesus, a ser citado em uma fonte greco-romana).



"Houve também um certo Simão, que tinha sido escravo do rei Herodes, mas em outros aspectos, uma pessoa decente, que tinha uma compleição alta e robusta, e muito superior aos outros de sua ordem, e a seus cuidados foram confiadas coisas muito importantes. Este homem se destacou no estado desordenado em que as coisas estavam, e foi tão ousado que colocou uma diadema na cabeça, e foi seguido por muitos apoiadores, que o proclamaram Rei, convencendo-se que era mais digno do que qualquer outro. "Ele queimou o palácio real em Jericó, e saqueou o que restou dele. Ele também ateou fogo em muitas outras das casas do rei em vários lugares do país, destruindo-os totalmente, e permitiu que aqueles que estavam com ele squeassem os despojos. Teria realizado maiores proezas, se medidas repressivas não tivessem sido tomadas imediatamente. [O comandante da infantaria de Herodes] Grato juntou alguns soldados romanos as forças que tinha com ele, e foi ao encontro de Simão . E depois de uma grande e longa luta, grande parte daqueles que vieram da Peréia (um corpo desordenado de homens, lutando de forma ousada, ainda que inábil) foram destruídos. Embora Simão tenha conseguido evadir-se através um vale certos, Grato alcançou-o e cortou-lhe a cabeça." (Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas 17.273-276)



"Quando Herodes morreu, sem esperar pela decisão imperial, um certo Simão usurpou o título de Rei. Ele foi subjugado pelo Governador da Síria, Quintilio Varo, e naquela ocasião os judeus foram divididos em três reinos governados pelos filhos de Herodes. (Tácito, Historias 5:9)


Com o relatado acima, a morte de Herodes, o Grande, resultou em uma grande crise. Em várias partes da Judéia houve tumultos, e três líderes surgiram, Judas, Filho de Ezequias (algumas vezes identificado com Judas Galileu), na Galiléia; Atronges, na Judéia; e Simão na região em torno do Mar Morto. Os filhos de Herodes -Arquelau, Antipas e Filipe - não conseguiram sufocar a rebelião. Assim, o Legado Romano na Sírio, Quintílio Varo, teve de intervir. Marchando com três legiões sobre seu comando (cerca de 20 mil soldados), as tropas romanas destruiram Sefóris e Emaus, e crucificaram cerca de 2 mil pessoas (Guerras 2:72-77 e Antiguidades 17:286-298), numa das maiores execuções em massa já realizada pelo Império.


Apesar de ter sido uma revolta violenta, sufocada a um grande custo, e com dificuldade, o fato é que Flávio Josefo constitui, basicamente, nossa única fonte remanescente. Quanto aos lideres da rebelião, Simão de Peréia foi, provavelmente, o mais proeminente, tanto pela descrição de Josefo, quanto pelo fato de ter sido o único pretendente messiânico (anterior a Primeira Guerra Judaico Romana) do qual temos registro em autores romanos (além, é claro, de Jesus de Nazaré). Simão conseguiu um parágrafo em Tácito. Um feito surpreendente.




Nesse ponto, podemos ressalvar que é possível que existam fontes a respeito de Simão de Peréia (e Atronges), hoje perdidas, principalmente aquelas que possam ter sido utilizadas ou mencionadas por Tácito e Josefo. Infelizmente, nenhum dos dois nomeiam suas fontes (ou sequer declaram que utilizaram) nessa parte específica da narrativa. No entanto, é sábido que em Guerras, e principalmente em Antiguidades, Josefo utilizou as obras do secretário e historiador da corte de Herodes, Nicolau de Damasco, contemporâneo dos eventos. O Professor Ben Zion Wacholder, do Hebrew Union College, observa que Nicolau é uma fonte fundamental para os livros XIII a XVII de Antiguidades Judaicas, embora Josefo apenas ocasionalmente mencione a fonte em que se baseou, e os estudiosos tenham que analisar caso a caso (por exemplo, Josefo teria utilizado um relato detalhado de Nicolau sobre os hasmoneus em Antiguidades, mas não em Guerras) [6]. Embora nenhum dos livros de Nicolau de Damasco tenha chegado a nosso tempo, existe um número significativo de fragmentos, e o mais extenso é justamente o que lida com final do reinado de Herodes [6]. O relato de Nicolau seria de suma importância, uma vez que ele era um contemporâneo dos eventos, e seus escritos eram considerados confiáveis. No entanto, nesse longo fragmento Nicolau é extremamente sucinto no que se refere a revolta "Apos esses eventos, e passado um pouco de tempo, o Rei [Herodes] também morreu, e a nação se levantou contra seus filhos, e contra os gregos. Esses últimos contavam mais de dez mil. Na batalha que se seguiu os gregos foram vitoriosos" [7]. Ou seja, nos fragmentos disponíveis de Nicolau de Damasco, ele não menciona os líderes da revolta. Ainda, Wacholder observa que o "relato da revolta dos judeus como sendo direcionado contra os gregos, não é encontrado em Josefo" [7].



Sobre a possibilidade das partes perdidas de Nicolau de Damasco trazerem informações sobre seus Simão e os outros líderes da revolta, Professor Eliezer Paltiel, da Universidade de Melbourne, escreve:



"Nor can Nicolaos claim exclusive rights to Josephus' story of the actual war. Nicolaos was in Rome at the time of the hostilities. He had come in order to perform a last favor for the dead king by pleading the cause of his eldest surviving son. Nicolaos was heartily tired of Judaea, and there is no reason to assume that he ever inquired into Jewish affairs again ("). As we shall see, he had good reason to be acquainted with the military reports that reached Rome, but these reports were only part of the story. On them is ultimately based BJ, II, 5, 1-3 (66-79) ; AJ,XVII, 10, 9-11, 1 (286-299). In these last passages Josephus does not remember a single name of a rebel leader. One name that may have been - probably was - contained in the Roman general's report was that of Simon of Peraea, which found its way into the pages of Tacitus (I2). Tacitus does too much honor to Simon, and his notice is incontradiction with BJ, II, 4, 2 (59) ;AJ, XVII, 10, 6 (276). We must conclude thatthe Roman commander's report was slightly misleading. Josephus, however, possessed more detailed information concerning the various rebels, which he presents to us in BJ, II, 3, 4-4, 3 (5 1 -65) and in AJ, XVII,10, 3-8 (265-285) (14)." [8]

(tradução) Nicolau não pode reinvindicar direitos exclusivos sobre a narrativa de Josefo dos eventos da Guerra. Nicolau estava em Roma na época das hostilidades. Ele tinha ido para lá com o intuito de prestar um último serviço para o rei morto, defendendo a causa do seu filho mais velho sobrevivente. Nicolou estava profundamente cansado da Judéia, e não há razão para assumir que ele tenha tido interesse sobre os assuntos judaicos novamente. Como veremos, ele tinha boas razões para estar familiarizado com os relatórios militares, que chegaram a Roma, mas esses relatórios eram apenas uma parte da história. A partir deles é, em última análise, baseada Guerras Judaicas, II, 5, 1-3 (66-79); e Antiguidades Judaicas, XVII, 10, 11/09, 1 (286-299). Nestas passagens, Josefo não menciona pelo nome um único líder rebelde. Um nome que pode ter sido - e provavelmente foi - mencionado no relatório do general romano era a de Simão de Pereia, que acabou encontrando abrigo nas páginas de Tácito. Tácito faz muitas honras a Simon, e seu relato esta em contradição com Guerras Judaicas, II, 4, 2 (59); e Antiguidades Judaicas, XVII, 10, 6 (276). Devemos concluir então que o relatório do comandante romano foi um pouco enganoso. Josefo, no entanto, possuía informações mais detalhadas sobre os diversos. rebeldes, que ele nos apresenta em Guerras, II, 3, 4-4, 3 (5 1 -65) e em Antiguidades Judaicas, XVII, 10, 3-8 (265-285) (14). [8]



Na sequência Paltiel conclui que a descrição de Josefo sobre Simão, Atronges e Judas, Filho de Ezequias era proveniente "de fontes desconhecidas de Nicolau de Damasco" [8]. Em suma, nos não temos menção a Simão de Pereia nos fragmentos remanescentes dos livros do escritor contemporâneo Nicolau de Damasco, que tratam da revolta, e mesmo a possibilidade de que tenha se referido ao lider rebelde em outras partes, hoje perdidas, de sua obra utilizadas por Josefo, é improvável. No entanto, uma vez que o relato de Tácito contradiz em pontos importantes o de Josefo, é bem possível que o escritor romano tenha utilizado um relatório militar hoje perdido, mas o qual, de qualquer forma, ele não menciona, bem como qualquer outra de suas fontes sobre a revolta. Logo, estamos reduzidos a Tácito e Josefo no nosso conhecimento de Simão de Peréia.

("Aonde estão aquelas dezenas de historiadores contemporâneos, que viviam em torno do Mediterrâneo, quando se precisa deles! Porque eles não mencionaram Simão de Peréia e seus feitos? Bando de perguiçosos!!!!)


Como observam o Professor John D Crossan e o Professor Jonathan Reed


"Na Antiguidade, os governantes, os ricos ou seus escribas eram os únicos que sabiam ler e escrever, assim, as histórias, biografias e narrativas que sobreviveram até hoje foram escritas ou ditadas principalmente pelos poderosos. Interessavam-se por pessoas públicas e por conflitos públicos. Pouco se importavam com a vasta maioria do povo e com o que acontecia nas pequenas cidades ou vilas rurais, como, por exemplo, a pequena vila de Nazaré, a não ser quando causavam problemas ou ameaçavam a estabilidade e a economia" [9]



Assim, assumindo que Jesus congregou multidões em número semelhante a de alguns desses pretendentes messiânicos, teriamos que a sua atestação reflete justamente o que se esperaria de um lider carismático que reune multidões alvoroçadas com a possibilidade de terem encontrado o Messias. Os autores que escreviam as grandes histórias do período, como Josefo, Tácito, Suetônio simplesmente não estavam interessados em líderes carismáticos, profetas e milagreiros populares de provincias pouco importantes; seu interesse surgia apenas quando lideram movimentos que perturbações na pax romana. Nesse aspecto, para Tácito ou Josefo, por mais estranho que possa parecer em nossa perspectiva, alguém como Simão de Peréia merecia mais espaço do que Jesus, justamente por ter representado uma maior perturbação a ordem estabelecida. Em sua visão Jesus e (principalmente) os cristãos representavam uma fonte de amolação e problemas, as menções a Jesus e seu movimento em Tácito, Plínio e, Suetônio se referem a tumultos em que os cristãos estavam envolvidos e o Testemunho Flaviano original muito provavelmente relatava uma atrocidade cometida contra Jesus (a crucificação de um inocente), ou um Tumulto causado por causa dele. No entanto, nesse quesito, Simão de Peréia se saiu um pouco melhor, pois forçou três legiões a sairem de seus quartéis, e alguém como Quintilio Varo pode adicionar uma importante vitória militar em seu currículo. Por isso, Josefo e Tácito dedicam a ele mais espaço do que Jesus.



O leitor não deve ter a impressão que minimizamos o impacto desses pretendentes messiânicos. Os movimentos liderados por Atronges e Simão de Peréia devem ter varrido a Judéia como um terremoto, ou um tsunami. Impactaram violentamente a vida de dezenas milhares de pessoas. A questão é que seu "epicentro" estava muito distante das elites, e não representaram um impacto duradouro no curso do Império, além do problema comum a toda a antiguidade de que apenas uma pequena parte dos artefatos e escritos antigos chegou até nós. Em conjunto, a sobreposição desses fatores, atenuou seus efeitos, de forma que chegam até nós como punhados de frases em curtos parágrafos, como que se os movimentos que eles causaram tivessem sido leves tremores ou "marolinhas". Na verdade, é justamente o contrário: por terem perturbado muito, foi lhes concedido esse curto espaço, quase como notas de rodapé. Assim, o simples fato de que Jesus foi mencionado por Josefo e Tácito (mesmo que brevemente) é forte evidência que ele causou muita dor de cabeça.



Assim, podemos avaliar que a intensidade do impacto dos feitos de Simão de Peréia foi grande, a extensão desse impacto foi geral (3° nível em nossa escala, pois forçou a mobilização das legiões estacionadas na Síria, e a intervenção do Legado Imperial Quintilio Varo), embora o duração da revolta e seus efeitos tenha sido moderada, ja que, uma vez dominada, não forçou nenhum rearranjo permanente na estrutura politica e social da Palestina Romana.



2) Judas Galileu




"Havia um certo Judas, um Galileu, de uma cidade chamada Gamala, que, levando consigo Zadoque, um fariseu, tornou-se zeloso para atraí-los a uma revolta. Ambos disseram que essa tributação não era melhor do que à escravidão, e exortou a nação a fazer valer sua liberdade, como se pudessem adquirir felicidade e segurança além do que já possuíam, e um gozo garantido de um bem ainda maior, que era da honra e da glória que lhe permitiria adquirir magnanimidade. Eles também disseram que Deus não lhes ajudaria, a menos que se unissem em torno de seus conselhos, de como poderiam ser bem sucedidos, e para sua própria vantagem, que se estabeleceria por meio de grandes façanhas, e não se cansassem na busca das mesmas. Então, os homens recebiam o que eles disseram com prazer, e a ousadia de seus esforços aumentou cada vez mais. Todos os tipos de infortúnios surgiram a partir destes homens, eo país estava infectado com essa doutrina a um nível incrível. Uma após outra, violentas guerras cairam sobre nós, e perdemos os nossos amigos, que aliviavam nossas dores. Houve também roubos e o assassinato de nossos principais líderes. Isto foi feito pretensamente a título do bem público, mas na realidade com esperança de ganho pessoal, fomentando a sedição, e causando mortícinios, às vezes perpetrados contra seu próprio povo (pela loucura desses homens um contra o outro, já que seu desejo era exterminar todos da parte contrária), e às vezes de seus inimigos. A fome nos atingiu, e reduziu-nos até o último grau de desespero, como fez também a tomada e a demolição de nossas cidades, e por fim, a sedição atingiu a um nível tão alto que o templo de Deus foi queimada pelo fogo de seus inimigos. Essas foram as conseqüências, uma vez que alteraram o modo de vida de nossos pais, de tal maneira, que pesaram decisivamente para trazer tudo para a destruição (Flavio Josefo, Antiguidades Judaicas 18:4-9).



"Judas Galileu foi o fundador do quarta seita da filosofia judaica. Estes homens aceitavam em tudo as opiniões dos fariseus; mas possuiam um vínculo inquebrantável com a liberdade, e diziam que Deus era seu único Senhor e Rei. Eles também não davam valor a suas próprias vidas, nem a vida de seus parentes e amigos, e nada os faria serem súditos de homem algum" (Flavio Josefo, Antiguidades Judaicas 18:23)



"(...) Depois dele levantou-se Judas, o galileu, nos dias do recenseamento, e levou muitos após si; mas também este pereceu, e todos quantos lhe obedeciam foram dispersos. (Atos dos Apóstolos 5:37)


Josefo, quase que exclusivamente entre os escritores da Antiguidade, colecionou historias dos "bandidos, profetas e" candidatos a "messias" (parafraseando o título do livro do Prof. Horsley), que tanto perturbaram a pax romana na Judéia do século I. No entanto, Judas Galileu é para Josefo uma obsessão. Além de fundar uma nova seita do judaismo, ele atraiu a muitos, que ouviam com prazer sua doutrina, que como uma praga, "infectou a nação", levando a vários levantes e, ao fim, a Guerra com os Romanos e suas funestas consequências. Judas Galileu é importante também não só por seu ensino mas porque muitos de seus descendentes estiveram envolvidos em momentos decisivos de agitação revolucionária. Em 47 DC, Tiago e Simão, filhos de Judas, foram executados pelo Procurador Tibério Alexandre (Ant. 20.100-103), em um momento em que o país passava por uma grande fome (o que pode ter sido utilizado por eles para fomentar a rebelião). Durante a Guerra Judaica, Menaem, descendente de Judas, proclamou-se Rei. Quando Jerusalem caiu, Eleazar ben Jair, primo de Menahem (e portanto parente de Judas), foi um dos líderes da resistência em Massada. A menção a Judas Galileu e sua família são essenciais para as finalidades apologéticas da narrativa de Josefo junto a seus leitores da aristocracia romana. As inovações de Judas teriam iludido e desencaminhado a nação, pois seus ensinos "alteraram o modo de vida de nossos pais, de tal maneira, que pesaram decisivamente para trazer tudo para a destruição" (Ant. 18:9), o legado de sua loucura foi de agitação, fome, destruição das cidades e do Templo de Deus (18:7-8). Judas Galileu e sua escola são o bode expiatório perfeito para Josefo, e caem como uma luva para sua narrativa. Tanto Josefo, quanto Atos dos Apóstolos, localizam Judas Galileu na época do recenseamento realizado quando os romanos transformaram a Judéia em província, em 6 DC.


Deve ser observado que Josefo menciona também um certo Judas, que saqueou o palácio de Herodes na Galiléia, após sua morte, em cerca de 4 AC, e que era filho do arqui-ladrão Ezequias (Antiguidades 17:271-272 e Guerras 2:56) que Herodes, então governador da Galiléia, executou em 47 AC (14:163-177). Alguns estudiosos, como Geza Vermes [10], identificam esse Judas, Filho de Ezequias com Judas Galileu, enquanto outros, como Steve Mason, Gerd Thiessen e Annete Merz, não estão tão confiantes [11]. Se os dois forem a mesma pessoa, teríamos uma dinastia revolucionária, que se inicia com o arqui-ladrão Ezequias, em meados do sec. I AC e que atua até a Guerra Judaica, mais de 100 anos depois, com quatro gerações da família sempre na vanguarda da agitação política. No entanto, vamos considerar Judas Galileu e Judas Filho de Ezequias como pessoas distintas.


Os escritores contemporâneos de Josefo, no entanto, pareceram não estar dispostos a gastar tinta com Judas Galileu. Filo de Alexandria, importante fonte dos assuntos Judaicos no período, nada diz sobre Judas Galileu. O grande "vilão" e "aliciador" galileu também não é mencionado no relato das campanhas romanas na Judéia [12], escrito por Tácito (Histórias 5:9-13) , e nas ocasionais referências de Suetônio a grande revolta (A Vidas dos Doze Césares, Vespasiano ; Tito ). Judas "Che Guevara" Galileu não fez muito sucesso fora dos escritos de Josefo.


[E aqui, de novo, perguntamos: "Onde estão aqueles 40 escritores, mencionados na lista de Remsburg, que viviam no Mediterrâneo mais ou menos na época em que Judas viveu, quando se precisa deles? Se adicionarmos o fato de que Lucas pode ter usado Josefo como fonte, e que Josefo tinha motivos apologéticos a defender, sendo conveniente encontrar meia duzia de fanáticos como bode expiatório como causa da Guerra - e trilhando o caminho hipercético as vezes encontrado em certos círculos - poderíamos perguntar, retoricamente, "será que Josefo simplesmente não inventou Judas Galileu?" (Como dizem os americanos, "Where there is a will, there is a way", com retórica, e suficiente disposição para torturar os dados, não considerando o contexto mais amplo da antiguidade, você pode chegar a conclusão que você quiser, por mais absurdo que seja).]

Assim, podemos avaliar que a intensidade do impacto, por ocasião de seu surgimento, dos feitos de Judas Galileu foi moderada, e a extensão desse impacto parece ter sido apenas regional, (por ocasião do recenseamento, apenas a Judéia foi submetida a taxação e domínio direto dos romanos). A doutrina de Judas e Zadoque atraiu a muitos, é fato, mas, naquele momento, parece não etr havido uma revolta generalizada. Por outro lado, a doutrina de Judas perdurou por décadas, sendo propagada por sua escola e seus descendentes, impregnando a nação, e levando, por fim, a Grande Revolta, ou seja, a duração do impacto e seus efeitos foi grande.



3) O Profeta Egípcio



Um prejuízo maior causou os judeus o falso profeta do Egito. Chegou um milagreiro enganador ao país que se apresentava como falso profeta e reuniu 30.000 vítimas de seu engodo. Ele os conduziu até o Monte das Oliveiras e de lá pretendiam entrar com violência em Jerusalém., tomar de surpresa a guarnição romana e torna-se dominador sobre o povo com o auxílio de seus companheiros armados. Félix, no entanto, antecipou-se a seu ataque com soldados romanos; o povo também participou da defesa, de forma que o egípcio, na batalha que se seguiu, pode fugir com uns poucos. A maioria de seus seguidores, no entanto, foi morta ou capturada. O restante se espalhou, e cada um tentou se esconder em casa (Flávio Josefo, Guerras Judaicas, 2:261-263)

[Josefo reconta basicamente a mesma história em Antiguidades 20:169-171]


Não és porventura o egípcio que há poucos dias fez uma sedição e levou ao deserto os quatro mil sicários? (Atos dos Apostolos, 21:38)


O egípcio se enquadra muito bem na categoria de profeta de sinais, que promete ao povo a libertação de seus sofrimentos e de seus inimigos, evocando o exemplo de Moisés, e, neste caso específico, Josué (que fez os muros de Jerico serem derrubados, Josué 6:20) , além de evocar a crença popular, baseada na interpretação de Zacarias 14:3-9, de que nos últimos dias o Senhor, do Monte das Oliveiras, lancaria seus exercítos contra os inimigos de Israel, ocupantes da cidade santa [13]. O Professor Jona Lendering observa que o termo utilizado por Josefo "tyrannein" , (tornar-se o soberano, um tirano), para descrever as intenções do egípcio, o que indica uma reinvindicação real. Então o egício se enquadra também na categoria de pretendente messiânico.



Em guerras o número de 30.000 seguidores do egípcio parece grandemente exagerado. A população inteira de Jerusalém no período era de cerca 50.000. Quinze anos depois de escrever as Guerras Judaicas, Josefo relata em Antiguidades que 400 seguidores do egípcio foram mortos no confronto, e outros 200 foram capturados na invasão mal-sucedida, (sendo que o egípcio e o restante de seus soldados fugiram em retirada), mas não diz o número total de seguidores do falso profeta. Atos dos Apóstolos fala em 4 mil seguidores, que parece um número (mais) plausível. Impressiona a facilidade com que o Egípcio arregimentou seguidores, convencendo-os a marchar contra uma tropa romana pesadamente armada e bem treinada em uma cidade altamente fortificada como Jerusalém. No entanto, como observa o Professor Richard Horsley, o tumulto liderado pelo egípcio encontra paralelo na ação de Teudas, 10 anos antes, e do Profeta Samaritano, 20 anos antes, e aponta uma predisposição das massas diante da mensagem de livramento imediato por parte do Senhor, e o anseio por parte dos profetas e seus seguidores de participar de um ato de libertação divino [14]. O ar estava carregado de fervor messiânico e apocalíptico.


O caso do Profeta Egípcio, como os outros já apresentados, também é util por nos oferecer o tipo de atestação externa esperado para líderes carismaticos que conduziam multidões no século I DC, como Jesus de Nazaré ou João Batista. Embora o egípcio, conforme o relato de Josefo, tenha atuado como milagreiro (enganador) e (falso) profeta, e tenha persuadido a milhares de pessoas, e os tenha reunido para marchar contra uma das mais importantes cidades do Oriente Romano, e uma batalha tenha se seguido e , centenas, quem sabe milhares, tenham sido mortos, nos não sabemos quase nada sobre o "Egípcio", nem mesmo seu nome. E como Josefo e Atos dos Apostolos são as únicas fontes sobre o tumulto, e nenhum artefato arqueológico é associado a revolta, vamos continuar carentes de informação sobre esse episódio. Ainda que tenha sido um acontecimento que faria a "Breaking News" da CNN se ocorresse em nosso tempo.



E, para variar, "Agora, onde estavam os quarenta e tantos escritores antigos contemporâneos a malograda invasão de Jerusalém, inspirada pelo profeta egípcio, que não mencionaram esse fato?

Podemos avaliar a intensidade do impacto dos feitos do Profeta egipcio foi grande, ainda que extensão desse impacto parece ter sido apenas regional, embora o duração da revolta e seus efeitos não tenham sido duradouros, apenas moderados.


Referências Bibliográficas
[1] Gerd Thiessen e Annete Merz (1996), O Jesus Histórico: Um Manual, fl. 485-486

[2] Bart Erhman (2000), Jesus, apocalyptic prophet of the new millennium, fls. 217-223, (particularmente fl. 222-223); Gerd Thiessen e Annete Merz (1996). O Jesus Histórico: Um Manual, fl.485; Alan F. Seagal (2005), "Jesus and the Gospels-What Really Happened", [1] Believe Only the Embarrassing, Slate, http://www.slate.com/id/2132974/entry/2132989/, acessado em 29.04.2011; Paul Winter (1974), "Sobre o Julgamento de Jesus", fls. 217 e 219.
Além das referências acima, podemos acrescentar, como já observamos anteriormente, que a crucificação de Jesus sob a acusação de ser o Rei dos Judeus era muito perigosa para os primeiros cristãos dado seu status legal precário no Império Romano. Os evangelhos foram escritos, provavelmente, entre a 1ª Guerra Judaica (66-73 DC) e 2ª Guerra Judaica (132-135 DC). No século I DC e início do seculo II, houveram inúmeras revoltas, provocadas por auto-proclamados "Reis dos Judeus" e "Messias", que causaram a morte de (dezenas de) milhares de pessoas, dentre os quais milhares de bons soldados e cidadãos de Roma. No mesmo período, a igreja era perseguida e o cristianismo era uma seita ilegal, sendo que alguns oficiais e magistrados suspeitavam que o grupo era formado por agitadores, desleias a Cesar e a Roma. De fato, Aristides, Quadrato, Justino Martir, Melito, Apolinario, e outros, escreveram ao Imperador da época buscando incessantemente provar que os cristãos eram leais, pacíficos e produtivos e perfeitos súditos do Império. Porque, nessas circunstâncias, os cristãos inventariam que seu líder tinha sido um Messias Crucificado, executado como um criminoso político, por magistrados romanos, sob a acusação de Alta Traição? Certamente porque Jesus foi realmente crucificado, por ter sido acusado (justa ou injustamente) de se auto-proclamar "Rei dos Judeus", e essas coisas eram fatos conhecidos (e problemáticos) que os cristãos tinham que explicar.
Entre os várias relatos em que os cristãos primitivos são pressionados a refutar acusações de alta traição e desfazer mal-entendidos em relação ao "Reino" de Jesus, temos Justino Martir, em sua 1ª Apologia ( cerca de 150 DC), dirigida ao Imperador Antonino Pio e ao Senado Romano, afirmando que o "Reino" que os cristãos buscavam não era humano ou terrestre, mas celestial (1ª Apologia, Capítulo 11). Da mesma forma, Hegesipo (cerca de 170 DC), relata que os netos de Judas, irmão de Jesus, foram interrogados pelo Imperador Vespasiano, no final do século I, a respeito de sua descendência Davídica, de Cristo, e da natureza de seu Reino (citado por Eusébio de Cesaréia, Historia Eclesiastica Livro 3: capítulo 20). Por fim, lemos em Atos dos Apostolos (80-90 DC), que, durante sua 3ª Viagem Missionária (50-52 DC), Paulo e seus colaboradores foram acusado em Tessalônica de "proceder contra os decretos de César, dizendo haver outro rei, que é Jesus" (Atos 17:7), forçando Paulo e Silas a fugirem para Beréia (17:9).
[3] John P. Meier, Um Judeu Marginal, Livro 2, Volume 2, fl. 10.
[4] Jona Lendering, Messianic claimants http://www.livius.org/men-mh/messiah/messianic_claimants00.html, acessado em 20.06.2011.
[5] A analise acadêmica de referência sobre esses movimentos é o livro do Professor Richard Horsley, "Bandits, prophets & messiahs: popular movements in the time of Jesus"; para o padrão mencionado, ver, principalmente, fls. 162-171.
[6] Ben Zion Wacholder Josephus and Nicolaus of Damascus in Louis Feldman & Gohei Hata (1988) Josephus, the Bible, and History, fl. 147, 152-157
[7] GLAJJ, F97, linhas 53-71. (GLAJJ é a sigla para a coleção Greek and Latin Authors on Jews and Judaism, organizada por Menahem Stern, volume I, 1974; F97 = fragmento 97). O fragmento em questão é reproduzido por Ben Zion Wacholder, Josephus and Nicolaus of Damascus in Louis Feldman & Gohei Hata (1989) ...., fls. 156-158 (ver nota 109, à fl. 169).
[8] Eliezer Paltiel (1981) War in Judaea - After Herod's death. In: Revue belge de philologie et d'histoire. Tome 59 fasc. 1, 1981. Antiquité. pp. 107-136. (especificamente fls. 110-111)
[9] John D. Crossan e Jonathan Reed (2003) Em Busca de Jesus, fl. 65
[10] Geza Vermes (2001) Quem é Quem na Época de Jesus, fl. xxx;
[11] Steve Mason (2008), Flavius Josephus, translation and commentary, volume 1b, Judean War (200), fl. 81, nota 724; Gerd Thiessen e Annete Merz (1996), O Jesus Histórico, Um Manual, fl. 163.
[12] Jona Lendering, Messianic Claimants (4), Judas the Galilean http://www.livius.org/men-mh/messiah/messianic_claimants04.html, acessado em 30.06.2011
[13] Jona Lendering, Messianic Claimants (10), The Egyptian Prophet http://www.livius.org/men-mh/messiah/messianic_claimants04.html, acessado em 30.06.2011 [14] Richard Horsley e John S. Hanson (1999), Bandits, prophets & messiahs: popular movements in the time of Jesus, fls. 168-170.

1 comentários:

C. J. disse...

ACHAMOS A JUMENTA FALANTE!

  • Recent Posts

  • Text Widget

    Este blog tem como objetivo central a postagem de reflexões críticas e pesquisas sobre religiões em geral, enfocando, no entanto, o cristianismo e o judaísmo. A preocupação central das postagens é a de elaborar uma reflexão maior sobre temas bíblicos a partir do uso dos recursos proporcionados pela sociologia das idéias, da história e da arqueologia.
  • Blogger Templates