sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Quem Eles Dizem Que Eu Sou - Os Historiadores, Jesus e os Evangelhos - Parte 4.1 - Outras Metodologias (John Dominic Crossan)

Continuamos nossa série Quem Eles Dizem que Eu Sou.



Nos primeiros dois posts da série apresentamos alguns estudiosos que valorizam a comparação do texto evangélicos com o contexto histórico e social que foram produzidos, e a partir da analise dos elementos relevantes das fontes, buscam estabelecer, a partir de vários elementos plausíveis, um retrato verossimilar de Jesus, tendo em vista o contexto em que viveu, e o impacto que causou. Assim, buscam identificar elementos que plausivelmente podem ser organizados em uma narrativa comum coerente com o contexto histórico em que teriam se originado, principalmente quando refletem detalhes de uma realidade histórica e geografica especifica da Palestina, no período em que Jesus teria exercido seu ministério (decadas de de 20 e 30 DC), não se enquadrando no contexto anos anteriores, ou dos anos posteriores, assim como é uma informação de dificil obtenção por alguém que vivia distante daquela região e daquele contexto, como os evangelistas.Desta forma, a partir de um critério de plausibilidade, busca-se estabelecer uma reconstrução histórica verossimilar.




No terceiro post, abordamos o uso dos critérios tradicionais da pesquisa do Jesus histórico, como o de múltipla atestação e constrangimento, que são expressões de principios de análise histórica, com algumas adaptações para a realidade específica do cristianismo primitivo. Assim, uma vez que existiu um viés para elaboração e conservação dos escritos cristãos primitivos (como outras fontes históricas), os elementos que estão em dissonância ou resistem a esses vieses são especialmente dignos de confiança (base teórica dos principios da dissimilaridade com a igreja primitiva e constrangimento). Temos exemplos de aplicação desse princípio fora da pesquisa neo-testamentária em áreas tão distintas como a análise das narrativas de Tito Lívio (século I AC) em relação a República Romana primitiva (séculos V e IV AC); a biografia de Apolonio de Tiana (sec I DC) por Filostrato de Quios (século III DC); os livros históricos do Velho Testamento e as tradições orais de povos africanos na reconstrução do passado pré-colonial. Semelhantemente, os elementos atestados em várias correntes de tradição (Marcos, Q, L, M, e Paulo), e/ou em várias formas literárias (parábolas, histórias de debates, histórias de milagres, aforismos) indicam que são mais antigos que as unidades da tradição em que foram encontrados.




Isso não significa que os estudiosos que utilizam os criterios tradicionais da pesquisa não se valham do critério da plausibilidade, e vice-versa. Elementos plausíveis com o contexto, mantidos em várias tradições cristãs concorrentes e rivais, em alguns casos indo contra as tendências de desenvolvimento dessas tradições, reforçam ainda mais a presunção de historicidade. Mas, em geral, aqueles que valorizam o constragimento/dissimilaridade e múltipla atestação tendem a uma conclusão mais minimalista do que os adeptos do critério da plausibilidade. Mas existem outros métodos e outras propostas, que visam suplementar os já existentes. Vamos abordar alguns deles nesse e nos próximos posts.

John Dominic Crossan


O Professor John Dominic Crossan é, possivelmente, o mais famoso (e um dos mais polêmicos) dos estudiosos do Jesus Histórico. Nascido na Irlanda em 1934, Crossan seguiu inicialmente a carreira eclesiastica, e foi ordenado padre em 1957, graduando-se no St. Patrick's College Maynooth (na Irlanda) e no Pontifício Instituto Bíblico, em Roma. Pouco tempo depois, foi para Ecolé Biblique, de Jerusalém, para estudar arqueologia. Pouco tempo depois, em 1969, Crossan renunciou ao Ministério, casou-se com a Professora Margaret Dagenais, da Loyola University, e passou a lecionar na De Paul University (Chicago), onde se aposentou como professor emérito de estudos religiosos em 1995. Em 1985, Crossan e o Professor Robert Funk (Univ. de Montana), fundaram o Jesus Seminar, que chegou a reunir cerca de 150 estudiosos de cristianismo antigo, historia greco-romana e judaica, e arqueologia, dentre os quais outros pesos-pesados como Karen King, John Kloppenborg, Marcus Borg, Gerd Ludeman, e James Robinson.

A contribuição acadêmica de Crossan é espantosa, envolvendo arqueologia, antropologia, história e teologia e sua interseção, sendo um dos estudiosos mais respeitados, é também um dos mais criticados, principalmente no que se refere a datação precoce que atribui para algumas fontes (ex: evangelho de tomé), sua visão de Jesus pregava uma mensagem não apocaliptica com influência da filosofia cínica (um dos maiores pontos de discórdia entre os estudiosos ligados ao Jesus Seminar e quase todo o restante da academia, em que prevalece o Jesus apocaliptico). Em suma, embora possa não se concordar com Crossan, é impossível ignora-lo.

Em seu livro Em Busca de Jesus ("Excavating Jesus"), em co-autoria com outro fellow do Jesus Seminar, o Professor da Universidade de La Verne, Jonathan Reed, Crossan faz uma comparação entre os evangelhos como fontes do Jesus Histórico e os sítios arqueólogicos associados a ele, como Nazaré, Cafarnaum e a Igreja do Santo Sepulcro. Assim como um sítio arqueológico forma camadas que são associados a períodos sucessivos do desenvolvimento daquela povoação, os evangelhos poderiam ser divididos em camadas refletindo o Jesus Histórico e seu desenvolvimento na tradição cristã, até a composição dos evangelhos. Crossan enumera as ferramentas para identificar as várias camadas evangélicas.




As camadas dos evangelhos tem diversos componentes. A crítica de forma estabelece os principais formatos usados para transmitir a tradição (parábola, aforismo, diálogo, lei etc...). A crítica de fontes procura mostrar quem copia de quem. A crítica de redação parte das cópias para estabelecer o propósito das omissões, adições ou alterações dos copistas. A crítica de tradição usa todos os métodos acima mencionados para estabelecer as camadas sucessivas do desenvolvimento da tradição. Mas talvez seja a crítica das fontes a que force e fundamente os problemas das camadas exegéticas. [1]



A utilidade dessas distinções é enorme. Por exemplo, a questão das formas que a tradição é transmitida é essencial. Um vez que, como já observou L Michael White, que existe um consenso entre os estudiosos que os evangelhos se basearam, em maior ou menor grau, em uma tradição oral vibrante que remonta, ultimamente, ao Jesus Histórico, a forma como essa tradição oral foi transmitida é fundamental.



A campanha presidencial de 1989 é um fato marcante na história no Brasil. Pouquíssimas pessoas porém, vão lembrar do conteúdo dos discursos do então candidato Luis Inácio Lula da Silva, como, por exemplo, no gigantesco Comício na Cinelândia (Rio de Janeiro). No entanto, muito se lembrarão do jingle "Lula-lá". Professores de Química frequentemente utilizam rimas para facilitar a apredizagem da nomenclatura de ácidos e seus respectivos sais ("bico de pato, formoso periquito, com ácido clorídrico não me meto"). Se você se encontra com amigos do seu tempo de colégio, é muito pouco provável que alguém se lembre, exatamente, das aulas dos professores, mas certamente alguns acontecimentos marcantes nessas aulas, se o professor ensinava desse ou daquele jeito, a forma como falava e dava aulas, frases típicas, estórias marcantes ... não serão facilmente esquecidas. Transformar as regras de um brincadeira infantil em cantigas garante que algumas das musiquinhas que seu filho canta na festa junina sejam basicamente as mesmas que seu avô cantava quando tinha a idade dele.



Ou seja, a forma influência na transmissão da tradição. Dessa forma cânticos, textos memorizados ritmadamente, ditos soltos, parábolas e histórias curtas sejam transmitidas com muito mais estabilidade do que um discurso. Assim, uma coleção de ditos soltos de Jesus (como Q), parábolas, aforismo são, a princípo, transmitidos de forma mais simples e estável que um discurso, por exemplo.



Crossan, expõe a sua visão da relação entre as fontes evangélicas:



Por exemplo, se Mateus e Lucas copiaram Marcos criativamente, e se João, com
muito mais engenho copiou esses três textos anteriores, que se deduz? Se por
exemplo, em vez de concluirmos que a entrada de Jesus em Jerusalém na semana
anterior a sua morte foi contada nos evangelhos (independentemente), devemos
concluir que essa história foi contada em três camadas sobrepostas baseadas
(todas) em Marcos (dependentemente). Surge então a questão, qual das camadas
históricas é a de Marcos? Trata-se de uma história originada numa camada datada dos anos 20 ou uma parábola do começo dos anos 70 DC? [1]


Crossan apresenta então alguns procedimentos para identificar as "camadas originais" da tradição evangélica.


"Há duas tendências nessas estratigrafias, na construção das histórias da vida de Jesus e dos lugares onde viveu. Uma das tendências procura diminuir sua identidade judaica, a outra, elevar seu status social (...) De um lado, quanto mais distantes do tempo de Jesus, mais cristãs tendem a ser essas camadas. Diferindo das mais antigas, as posteriores tendem a distancia-lo do judaismo e dos "judeus" (João, por exemplo) ou utilizar textos judaicos e truques interpretativos para reinventar o judaísmo como se fosse cristianismo (Mateus, por exemplo). As camadas arqueológicas tardias que comemoram a vida de Jesus tendem a apagar os sinais de seu judaismo presentes nas mais antigas e substitui-las por funções romanas e bizantinas. De outro lado, quanto mais Jesus é removido do contexto da Galiléia do primeiro século, mais imperial ele se torna [1]



Ou seja, o primeiro procedimento metodologico é muito semelhante ao critério da diferença ou dissimilaridade) com a igreja primitiva, ou seja, uma vez que em geral, fontes históricas não são compostas e preservadas por autores desisteressados ou neutros, mas são elaboradas com propósitos e motivos, assim, os elementos que não corroboram esses interesses e motivos são particularmente dignos de confiança e assim, como já dissemos em outra ocasião, já que "o grupo que tinha interesse em Jesus era a Igreja Primitiva, (e aqui podemos acrescentar que mesmo quando o Velho Testamento, Josefo ou Filo são utilizados, tem como objetivo atender as ênfases caracteristicas da igreja cristã), assim quando se demonstra que determinado dito (ou feito) atribuido a Jesus não atende aos interesses e práticas dos grupos cristãos que recordaram e puseram em forma escrita esses ditos e feitos (e que os usavam para legitimar seus ensinos e práticas), é pouco provável que tenha sido inventado por eles". Crossan então divide as camadas da tradição em original (o que vem do Jesus Histórico), tradicional (a forma como os cristãos primitivos moldaram esses ditos e feitos recebidos e relembrados), e evangélica (o texto dos evangelhos tal como recebemos).






"(...) as palavras e atos atribuidos a Jesus nos evangelhos do Novo Testamento pertencem a diferentes camadas constituidas sucessivamente uma sobre a outra (istoé, acima, embaixo, ao redor, e através delas). Vamos pensar nelas, paulatinamente: em primeiro lugar a original, vinda das próprias palavras de Jesus nos anos 20; em seguida, a tradicional, da adição e adaptação que criou esse material nos anos 30, 40, ou depois, e, finalmente, a evangélica, que possuímos agora a partir dos anos de 70 a 90 DC [2]



Em seu livro, "Jesus, uma Biografia Revolucionária" Crossan, também utiliza um análogo do critério da multipla atestação:



Diante das camadas laminadas de desenvolvimento e interpretação, sigo duas
estratégias básicas para apoiar minha reformulação nos materiais mais
plausivelmente originais. Centro-me especialmente no mais antigo extrato da
tradição, em materiais que dato do período entre 30-60 E.C. E nunca me
baseei em nada que tenha apenas uma atestação independente
[3]

Em seguida, ele detalha um procedimento para reconstruir o contexto em que o Jesus histórico viveu, a partir do cruzamento de três vetores:





"Meu método situa o Jesus histórico no cruzamento de três vetores. Essa triangulação serve como disciplina interna e corretivo mútuo, já que todas tem que se cruzar no mesmo ponto [3]



A descrição de Crossan dos vetores é bem detalhada e extensa e recomendamos fortemente que o leitor consulte seus livros [4]. Uma síntese, porém, nos é oferecida pelo Professor Gabrielli Cornelli, da Universidade de Brasília, (que louva o método de Crossan como o mais adequado)[5]

"O primeiro vetor é a Antropologia Transcultural: Qual a cultura mediterrânea antiga? Qual a diferença entre uma sociedade agrária e um império industrial? O que é transe, cura, exorcismo? Quais são as reações de gênero numa cultura agrária? Qual é o tipo de rebelião dos despossuidos no interior de uma cultura agrária?
Segundo vetor: História Greco-Romana e Judaica: Aqui Crossan levanta um problema central: a história judaica é uma história de grandes e longas dominações desde o pós exílio, mas até a chegada dos romanos houve somente uma grande revolução contra o domínio estrangeiro. Porque então com os romanos, em 200 anos, aconteceram 4 grandes revoltas: em 4 A.C sob Augusto, 66-74 DC sob Nero e Vespasiano, em 115-117 DC sob Trajano e em 132-135 DC sob Adriano?
Terceiro vetor: Arqueologia da Alta Galiléia. Pode ajudar a compreender a relevância do projeto imperialista romano de "urbanização por comercialização". [5]





Uma vez "construido" o cenário, o contexto, do cruzamento dos dados antropológicos, históricos e arqueológicos, Crossan esboça um procedimento para cruzar os dados textuais com os "contextuais.



"1) Separação e analise desconectada do contexto histórico e do texto do evangelho para que um não influencie o outro.
2) Estudo do contexto antes do texto



3) Estudo do contexto sem o texto, pois os evangelhos
não são textos históricos.

4) Estudo do contexto com o método tripartido acima indicado: antropologia, história e arqueologia.
5) Finalmente o texto: quais tradições sinóticas referem-se ao Jesus Histórico? Como estabelecer o texto base para a nossa pesquisa?


provavelmente de uma única maneira
a) descobrindo quais são as camadas de tradição mais
originárias

b) comparando-as com o contexto estabelecido acima de
maneira independente.

[5]

Assim, Crossan, em sua pesquisa pelo Jesus Histórico, combina uma abordagem contextual compartilhada por uma parte dos pesquisadores (como Geza Vermes), e os critérios tradicionais da diferença e multipla atestação (como John P Meier). Assim,em minha opinião, um dos pontos fortes de seu trabalho é sua preocupação em refinar um procedimento metodologico abrangente.

Crossan elaborou uma estratificação da tradição cristã [6] (disponivel aqui), nos primeiro cem anos após a morte de Jesus, a partir do seu nível de atestação. Dos 522 complexos de tradição encontrados nos escritos cristãos até 130 DC, o primeiro estrato é formado por 29 complexos que são encontrados em quatro fontes independentes ou mais, dos quais 21 Crossan considera como provenientes do Jesus histórico. Dos 36 complexos atestados triplamente, 21 seriam reminicentes do Jesus histórico. Entre os 66 elementos atestados duplamente na tradição, Crossan julga como histórico 41. Do restante que atestado apenas uma vez na tradição, Crossan classifica 66 como refletindo o Jesus histórico. No geral, Crossan atribui 137 complexos de tradição ao Jesus histórico (cerca de 25 %), desses autenticos, Crossan ressalva que cerca de 32 complexos refletiriam o fato em questão, mas que não ocorreu como evento único em um determinado momento, mas representa uma dramatização de um fato que realmente ocorreu, mas trascorrendo em um período bem mais longo [6].

Crossan chega a conclusão de que o Jesus histórico foi um seguidor de João Batista [7], que, após a morte de seu daquele profeta, iniciou o seu próprio ministério. Ele foi influenciado pela filosofia cínica (que não deve ser confundida com a acepção moderna, pejorativa do termo; Os cínicos acreditavam que a felicidade dependia do desapego aos bens materiais e convenções sociais).






"O Jesus histórico foi um cínico judeu camponês. Sua aldeia camponesa estava suficientemente próxima de uma cidade greco-romana como Séforis para que o conhecimento do cinismo não fosse nem inexplicavel nem improvável. Mas seu trabalho era entre as casas e povoados da Baixa Galiléia. Suaestratégia, implicitamente para ele e explicitamente para seus seguidores, era a combinação de cura gratuita e alimentação em comum, um igualitarismo
religioso e econômico que negava igualmente e ao mesmo tempo as normalidades hierarquicas e de apadrinhamento da religião judaica e do poder romano. E para que ele próprio não fosse interpretado simplesmente como o novo intermediário de
um novo Deus, ele se deslocava constantemente, não se estabelecendo nem em Nazaré, nem em Cafarnaum. Não era intermediário nem mediador, mas um tanto paradoxalmente, o anunciador que não deveria existir entre a humanidade e a divindade ou entre a humanidade e ele próprio. Milagre e parábola, cura e alimentação estavm destinados a forçar as pessoas ao contato físico e espiritual entre eles sem mediação. Ele anunciava, em outras palavras, o Reino sem mediação ou intermediação [7]



Nesse ponto, podemos observar que a idéia de Jesus como um judeu influenciado pela filosofia cínica, cuja pregação do reino era não-apocaliptica, e a datação precoce de alguns textos como o Evangelho de Tomé é parte mais controversa do trabalho de Crossan, atraindo críticas de varios lados da academia e de pesos-pesados como John P Meier e E. P Sanders [8]. Nesse ponto, porém podemos citar as observações de Donald L Denton em relação ao trabalho de Crossan, de que se atacar o retrato de Jesus oferecido por Crossan é relativamente fácil, o mesmo não se pode dizer de seu método, que é "formidável, embora não invencivel" [9]

Uma resumo menos polêmico é oferecido por Crossan em uma entrevista concedida ao jornalista Vitor Orlando Gagliardo [10], por ocasião de sua visita ao Brasil em 2007, como palestrante do I Seminário Internacional do Jesus Histórico, realizado no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS/UFRJ), John Dominic Crossan oferece uma síntese das informações mais seguras sobre Jesus nas fontes bíblicas e extrabíblicas:



(i). As informações mais certas de fora do Novo Testamento vêm a partir de dados combinados no historiador judeu Flávio Josefo, no final do primeiro século e do historiador Tácito Roma no início do segundo século da Era Comum. Observe estes quatro pontos comuns, acrescentados por mim:"



[1. Movimento] Cristo, o fundador do cristianismo, [2. Execução] sofreu a
pena de morte no reinado de Tibério, por sentença do procurador Pôncio Pilatos,
[3. Continuação] a perniciosa superstição no início do segundo século foi
contida em um determinado momento, apenas para quebrar mais uma vez, [4. ] A
expansão não apenas na Judéia, o lar da doença, mas na própria capital, onde
todas as coisas horríveis e vergonhosas no mundo coletar e encontrar uma moda”.
(Tácito, Anais 15,44)"






[1. Movimento] Sobre este tempo viveu Jesus, um homem sábio, se é que se deve chamá-lo de um homem. Pois foi Ele quem operou maravilhas e foi professor de pessoas, como aceitar a verdade com prazer. Ele conquistou muitos judeus e muitos gregos. Ele era o Messias. [2. Execução] Quando Pilatos, ao ouvi-lo acusado por homens da mais alta posição entre nós, condenou-o a ser crucificado, [3. Continuação] aqueles que em primeiro lugar vieram a amá-lo não desistiram de suaafeição por ele. No terceiro dia ele lhes apareceu de volta à vida, para os profetas de Deus tinham profetizado estas e inúmeras outras coisas maravilhosas sobre ele. [4. ] Expansão e a tribo dos cristãos, assim chamados, depois dele, tem ainda a este dia, não desapareceram”. Josefo, Antiguidades Judaicas 18,63-64).





(ii). (2) Os pontos mais certos do interior do Novo Testamento são: (i) que, no início de seu ministério, Ele foi um seguidor de João Batista e aceitou a visão de João, sendo por ele batizado no rio Jordão, (ii) que , com seu próprio ministério, ele mudou a mensagem de João de um fim iminente, ou seja, uma limpeza divina do mal do mundo, a opressão, injustiça e da violência aqui em baixo sobre de uma terra transfigurada: "a tua vontade seja feita na terra" a partir uma intervenção violenta só por Deus à sua própria visão de um fim de colaboração entre um Deus não-violento e uma comunidade não-violenta, e (iii) que, ao final, Pilatos confirmou que ele era um revolucionário não-violento, publicamente e oficialmente executá-lo, mas não atrás de seus seguidores.

Referências Bibliográficas:
[1] John Dominic Crossan e Jonathan Reed (2002), Em Busca de Jesus: Debaixo das pedras, atrás dos textos , fls. 28-30
[2] John Dominic Crossan e Jonathan Reed (2002), Em Busca de Jesus ...., fl. 80
[3] John Dominic Crossan (1995), Jesus uma Biografia Revolucionária, fl. 15
[4] Entre os quais John Dominic Crossan (1995) Jesus, uma Biografia Revolucionária, fls. 16-18; John Dominic Crossan (2005) Texto e Contexto na Metodologia dos Estudos do Jesus Histórico In, André Chevitaresi, Gabriele Corneli e Monica Selvatici (2008) Uma outra história de Jesus e Nazaré, fls. 166-182.
[5] Gabriele Cornelli (2007) Metodologia e Resultados atuais na busca pelo Jesus Histórico In André Chevitaresi, Gabriele Corneli e Monica Selvatici (2008) Uma outra história de Jesus de Nazaré, fl. 21
[6] Disponível online em http://www.jesusdatabase.org/index.php?title=Crossan_Inventory, acessado em 17.12.2012; ver também John Dominic Crossan (1999) Birth Of the Christianity, fls. 587-606; e John Dominic Crossan (1991) The Historical Jesus, The Life of a Mediterranean Jewish Peasant, "The Gospel of Jesus" fls. xiv-xxvi
[7] John Dominic Crossan (1995), Jesus uma Biografia Revolucionária, fls. 206
[8] Mark Allan Powell (1998) Jesus as a Figure in History: How Modern Historians View the Man from Galilee, fls. 96-99
[9] Donald L Denton (2004) Historiography and Hermeneutics in Jesus Studies: An Examinaiton of the Work of John Dominic Crossan and Ben F. Meyer, fl. 9


[10] Entrevista com John Dominic Crossan“Teologia e História precisam caminhar juntas”. por Vitor Orlando Gagliardo, julho de 2007, publicada na Revista Jesus Histórico e sua Recepção - Ano III [2010] - volume 5,







4 comentários:

Francisco Vieira Jr. disse...

Muito bom este texto! Bem elaborado e bastante elucidativo.

Nehemias, você poderia criar um texto (ou indicar algum) sobre a justificação do Jesus apocalíptico (defendido por Meier, Sanders, Ehrman, Friedriksen) em contraposição ao Jesus sábio de Crossan?

Agradeço. Um forte abraço!

Nehemias disse...

Oi Kopher,

Valeu pelo feedback.

Cara, de cabeça, eu me lembro do livro do Bart Erhmam (Jesus: apocalyptic prophet of the new millennium, fls 125-135).

(O problema é que agora, no google books, não é possível visualizar as
fls. 133-134, que é justamente onde ele "bate" no Crossan.)

Mas, de modo geral, ele argumenta que as fontes sinóticas atestam multiplamente o Jesus apocaliptico. (O inventário do Crossan não contesta esse ponto). Além disso, se vc comparar o Jesus "profeta apocaliptico" com as outras figuras messiânicas mencionadas por Josefo, é possível encontrar várias similaridades com Teudas, Jesus filho de Ananias, e João Batista; Agora se o seu Jesus é um cínico galileu, é bem mais complicado encontrar figuras similares a ele, no contexto em que viveu.

Eu não tenho o livro da Paula Frederiksen, e ele não esta disponivel no Google Books. O Meier e o Sanders eu preciso dar uma olhada. Depois eu te escrevo.

Um livro que eu utilizei foi o do Mark Allan Powell (Jesus as a figure in history), que aborda os principais estudiosos e suas abordagens. O Crossan esta lá, assim como sua metodologia e seus críticos.

Tem também um outro livro, "Constructing Jesus: Memory, Imagination, and History" do Dalle Allison, (que, por sinal, será o tema de meu próximo post), que aborda detalhadamente, e faz uma defesa enfática do Jesus apocaliptico. O livro esta no Google Books, e o capítulo é "More than a sage, the eschatology of Jesus". São quase 200 folhas de Jesus apocalíptico.

Abs,
Nehemias

Rodrigo disse...

Realmente este livro do Allison tem sido considerado talvez a palavra final em relação à ênfase escatológica de Jesus, desde E.P.Sanders. Inclusive no ponto em que ele teria sim dito que sua obra traria o advento final do Reinado.

Rodrigo disse...

Uma outra crítica frequente ao Crossan está nos métodos que usou no " Who Killed Jesus? ", né Nehemias...sobretudo com o recorte hipotético do "Evangelho da Cruz", que acabou sendo muito mal avaliado na academia. Engraçado também que no livro do Casey que recapitula sua visão do Jesus Histórico, este ataca todo mundo, atira pra tudo quanto é lado, rsrs, mas oferece umas das críticas mais consistentes à metodologia do Crossan.

Abçs

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